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Ministério Público do Rio quer que terceira viagem no Bilhete Único seja gratuita ao usuário

As mudanças nos ônibus do Rio pesaram no bolso do eletricista Wekciley Souza, de 35 anos. Morador de Maricá, ele usava só o Bilhete Único intermunicipal para ir ao trabalho, em Copacabana. Agora, além do BU, paga uma condução a mais para ir da Rodoviária à Zona Sul — já que o 127, que fazia o trajeto todo, foi extinto, e a opção criada, a Troncal 2, o faz chegar atrasado. Casos como o de Wekciley e de moradores da Zona Oeste levaram o Ministério Público (MP) a acionar a Prefeitura do Rio na Justiça para que o processo de corte de linhas seja interrompido e que a terceira viagem, quando necessária, não tenha custo para o usuário.
O MP questiona a falta de metas de tempo de viagem e de monitoramento das mudanças.
A Secretaria municipal de Transportes (SMTR) alega que “as linhas troncais 1,3 e 4, e as integradas 1, 2, 8, 8SP e 9 tiveram tempo de viagem inferior ao limite do Bilhete Único Carioca, que é de 2h30m”. É demais para Wekciley.
"Acordo às 4h30min para estar às 7h em Copacabana. Não dá para sair mais cedo. E, se pegar a Troncal 2, não chego a tempo nunca" conta o eletricista que, por mês, gasta cerca de R$ 70 a mais.
O MP fez o pedido de liminar no dia 20 de outubro. Segundo o Tribunal de Justiça (TJ), a prefeitura tem até sábado para se defender. A Procuradoria Geral do Município informou que “apresentou as informações necessárias”. Porém, ainda não consta no processo eletrônico. O julgamento, segundo o TJ, será nas próximas semanas.
"O meu vale-transporte não aumentou, então sai direto do salário. É justo que a gente não precise pagar o terceiro ônibus" defende o eletricista Wekciley.
A SMTR afirma que as mudanças têm como objetivo aumentar a velocidade e reduzir o tempo das viagens. Segundo o órgão, o processo “já está gerando serviços com intervalos mais regulares”.

Acordo de 2013 protege usuário

Em 2013, a Prefeitura do Rio firmou 20 compromissos com o MP num acordo que pretendia melhorar o transporte por ônibus. Numa das cláusulas, segundo o MP, o município se comprometia “a garantir que a integração resultante do seccionamento/complementação de linhas municipais não acarretaria ônus financeiro para os usuários com origem e destino na área central”. É com base no acordo que o MP pede a interrupção dos cortes de linhas.
Em outro ponto, o pedido de liminar enviado à Justiça diz que a prefeitura deveria definir “a meta a ser alcançada pelo Projeto de Racionalização (…) segundo indicadores de redução de tempo de viagem”. O MP afirma que a prefeitura apresentou respostas “vagas” sobre a falta de metas e citou, no pedido de liminar, o que recebeu do município: “a efetividade das ações será sentida quando aplicadas em campo, com a operação das linhas criadas, modificadas e eliminadas”.

Do Jornal Extra

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