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Projetada por Niemeyer, Casa Darcy Ribeiro, em Maricá, está aberta ao público

A Rua Cento e Dezenove, no bairro de Cordeirinho, é mais uma de terra batida, como muitas em Maricá. Nas redondezas, o comércio é predominantemente de pequenos botecos, que também funcionam como mercearia, com sinuca na varanda de cimento e pessoas sentadas na mureta.

Mas é onde a terra da via desemboca na areia da Praia de Cordeirinho que se encontra algo que torna aquela rua diferente das outras. Um guarda municipal na porta e uma pequena placa indicam: ali fica a Casa Darcy Ribeiro, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer para o antropólogo e ex-senador, que morreu em 1997. A casa ainda é um local desconhecido para a maioria das pessoas. Em 2009, ela passou a ser administrada pela prefeitura de Maricá, por meio de um comodato, mas só foi reformada em 2011.

Segundo o município, o local fica aberto à visitação todos os dias, das 9h às 17h. Mas a visita se restringe ao exterior do imóvel. Dentro, o prefeito Washington Quaquá mantém um gabinete, de onde despacha eventualmente.

Estátua feita de bronze é obra do artista plástico Alexandre Sliachticas.
Estátua feita de bronze é obra do artista plástico Alexandre Sliachticas.

Uma caminhada por fora da casa é suficiente para notar a marca de Niemeyer. A casa toda em formato côncavo e as paredes em curvas parecem acolher “com uma mão” a piscina redonda que fica de frente para o mar. Na entrada principal, há uma estátua de bronze de Darcy.

O lugar, no entanto, dá a sensação de estar parado no tempo. Os móveis de alvenaria, como a cama, hoje sem colchão, e os sofás dão ao local um aspecto simples.

E era justamente isso que Darcy era ali, um homem simples, segundo Maria de Jesus, que trabalhou para ele entre 1995 e 1997 e que, mesmo após a morte do antropólogo, cuidou da casa, até 2010.

— Neste período, ele vinha muito à casa para descansar. Recebia poucos amigos e assessores. A Beth Carvalho era amiga dele e frequentava a casa. Era um lugar onde ele encontrava tranquilidade — afirma Maria de Jesus.

Se, no final de sua vida, Darcy procurava descanso em Maricá, Maria de Jesus conta que ouviu de vizinhos e frequentadores da casa que o local tivera sua época de ouro.

— Ouvi dizer que ele dava muitas festas, recebia muitos amigos, personalidades e políticos. Mas, quando comecei a trabalhar para ele, sua saúde já não estava tão boa e acho que se sentia cansado. No meu tempo, as coisas foram bem mais calmas na casa — conta Maria de Jesus.

Fonte: O Globo.

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