Niterói: Antônio Pedro permanece sem cirurgias eletivas
Prazo de interrupção das intervenções foi prorrogado até o dia 3 de novembro. Verba do Ministério da Saúde não é suficiente para resolver problemas
As cirurgias eletivas do Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), que estavam previstas para ser retomadas nesta segunda-feira (19), continuam suspensas até 3 de novembro, segundo o diretor da unidade, Tarcísio Rivello. Com a crise que se instala na unidade, o diretor, junto ao reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Sidney Luiz, procurou o Ministério Público Federal (MPF) para relatar a situação financeira do hospital. A reitoria terá 15 dias para apresentar documentos que comprovem a necessidade de suspensão das internações eletivas.
Em documento enviado ao procurador Wanderley Dantas, há duas semanas, a direção do Antonio Pedro relata a falta de insumos no hospital, como desabastecimento de materiais médico-hospitalares para pacientes internados. Além disso, faltam materiais para procedimentos de apoio diagnóstico e terapêutico. Após a apresentação dos documentos, o procurador poderá instaurar inquérito para investigar a falta de verbas.
“Temos uma média de 40 internações por semana. Eu levei até onde eu pude, mas não posso colocar um paciente aqui dentro e não ter condições de cuidar dele. Eu tenho que resguardar a qualidade do atendimento e também quem faz esse atendimento. Por isso estou mandando tudo para o Ministério Público Federal”, desabafou Rivello.
Para realizar cirurgias em pacientes internos, o Huap precisou recorrer a empréstimos de materiais ou, até mesmo, de medicamentos. De acordo com o diretor Rivello, esta é uma prática que não vai continuar sendo adotada pelo hospital, devido às boas normas de gestão e dificuldades encontradas na unidade.
Verba – Segundo Rivello, a verba repassada pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação, através do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (REHUF), no valor de R$ 1,8 milhão, ainda não foi descentralizada e encaminhada ao Huap.
Há ainda um processo orçamentário, passando pelo Fundo Nacional de Saúde, que descentraliza a verba e a transforma em orçamento, para que, finalmente, seja encaminhada ao hospital. De acordo com Rivello, não há uma previsão de quando o dinheiro chegue ao Huap. Ainda de acordo com diretor, o dinheiro é suficiente para sanar problemas durante apenas 10 dias.
“Essa verba do REHUF era para ter vindo em agosto ou setembro e veio somente agora. Isso (a verba de R$ 1,8 milhão) não resolve praticamente nada. Estou fazendo várias reuniões para saber o que está faltando e qual é a urgência. Mas sem dinheiro eu não tenho como fazer nada”, afirma Rievello, que ainda cita a falta de seringas, luvas, gaze e medicamentos.
Para quitar as dívidas do Huap seriam necessários R$ 7 milhões. O Antonio Pedro acumula dívida mensal de R$ 1 milhão e não está em dia com as concessionárias de luz e água.
Por Pamella Souza / O Fluminense
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