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Quanto vale uma Libra? – Maricá Ambiental

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Coluna Maricá Ambiental

Por Ana Paula de Carvalho

Uma Libra Esterlina que é uma unidade monetária Inglesa vale hoje R$ 3,70 para compra e venda. No horóscopo ocidental o signo de Libra que é representado por uma balança, o equilíbrio de forças e não por acaso tem seu ciclo entre os dias 23 de Setembro a 22 de Outubro, portanto findando nesta terça-feira. Os nativos do signo de Libra são pessoas sensíveis e com um poder se sedução elevado para isso, abusa do charme da racionalidade. Possui a rara capacidade de reconhecer no outro um semelhante.

Mas o que nos leva a abordar o assunto sobre Libra é o recente leilão de um dos maiores patrimônios de reservas naturais do nosso país que pelo volume financeiro previsto de valor, cerca de 1,5 trilhão de reais pela concessão referente a 35 anos. É o mesmo valor que está previsto para a arrecadação total de impostos no Brasil para o ano de 2013, em outras palavras a venda do campo de Libra equivale a 1 ano do trabalho de todos os brasileiros. Somos contra a privatização? Certamente não, mas podemos ser contra a forma como foi conduzida.

Quanto vale uma Libra? (Cartoon: Latuff)

Quanto vale uma Libra?
(Cartoon: Latuff)

Pergunto se em algum momento, uma vez que é de interesse da soberania nacional, se os mais interessados que são a própria população do país foi consultada Se, Como e Quando isso deveria acontecer. O que sempre vemos são decisões políticas de longo prazo, que interferem diretamente na vida de todos nós sem que sejamos consultados. O Brasil se não for o país mais rico do mundo em recursos naturais certamente está entre os três primeiros, mas como no passado que tanto atribuem a desgraça nacional ao legado colonial, por ser de uma política extrativista e não de assentamento, da monarquia por possuírem naquele tempo interesses apenas centralizadores, depois a Era Vargas (que inclusive fundou a PETROBRAS) por ser um regime totalitário e logo após o governo militar como sendo o derradeiro responsável por etc, etc, etc, ainda que tenham construído as maiores referências urbanas que temos até hoje, o que vemos é uma repetição das mesmas condutas apenas em épocas diferentes com personagens diferentes.

O mundo hoje pede uma renovação de tecnologia para a qual os governos insistem em postergar por motivação de o petróleo ser a engrenagem que move a economia mundial. Dele retiramos inúmeros derivados até ao combustível primário que utilizamos nos carros. O mais interessante e talvez muita gente não se aperceba disso é que quanto mais utilizamos combustíveis fósseis, retardamos mais no aspecto temporal na conquista de novas tecnologias alternativas e limpas. Um exemplo disso é o motor a explosão que vemos no automóvel, foi inventado no final do século 19, composto de um conjunto de pistões e bielas movidas a explosão controlada pela inserção de combustível com alto índice de octanagem como é o caso da gasolina.

Mas no conjunto, trata-se de um aparato que quando em funcionamento tem um aquecimento excessivo que para ser controlado coloca-se um ventilador na frente com um radiador que também poderia ser um balde de agua ou coisa parecida. Passados 130 anos e em pleno século 21 continuamos usando exatamente a mesma tecnologia do século 19 ainda que os motores a explosão tenham ficado mais robustos, mais velozes e mais duradouros, mas não podemos dizer que evoluímos em tecnologia aplicada.

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Cito outro exemplo que são as guerras, elas são a grande motivação de inovação tecnológica bélica e de comunicações assim como da medicina. Nunca se avança tanto nestes campos quanto nos conflitos humanos e da necessidade de se controlar o inevitável, as baixas de guerra. Quero dizer com isto que não adianta explorar o petróleo por mais 25, 50 100 ou 200 anos, já que pela lógica aparente estaremos fadados a continuar a andar de carros com motores a explosão e combustíveis fósseis. Não vejo com bons olhos a iniciativa de “vender” um patrimônio nacional para empresas estrangeiras quando sabidamente não usufruiremos desse bem.

Nos próximos meses o que veremos será o seguinte cenário: a PETROBRAS para sobreviver aos últimos anos de má administração será obrigada a retirar os subsídios dos combustíveis e derivados, com isso conseguirá sair do vermelho, mas nós que somos AUTOSSUFICIENTES em petróleo pagaremos a gasolina mais cara do mundo numa contradição típica da gestão brasileira.

Cheguei à conclusão de que O Petróleo não é nosso, acho que nunca foi e jamais será!