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Índios levam vida tranquila na Restinga de Maricá

Há cerca de 9 meses, índios se instalaram na Restinga de Maricá e fundaram a Aldeia Semente, formada por índios das tribos Maracanã e Tupi Guarani.

São cerca de três hectares que foram ‘doados’ aos índios pela Prefeitura de Maricá, acontece que a proprietária da área é a empresa IDB Brasil, que não autorizou a doação e aguarda o governo municipal solucionar o problema que criou.

Os índios estão lá desde o dia 19 de abril, data sugestiva, já que é comemorada o Dia do Índio em todo Brasil. Nossa equipe de reportagem não viu a venda de artesanatos, como os mesmos disseram que iam fazer para sobreviver na área, porém, flagramos plantações de mandiocas e frutas na região e ainda várias redes de pescas no Canal da Costa. Lá, os índios já receberam auxílio da prefeitura municipal como o Mutirão da Saúde e orientações sobre doenças sexualmente transmissíveis.

De acordo com o índio Tupã, cacique da Aldeia Semente, eles não pretendem sair dali. A Prefeitura Municipal, após saber do erro cometido ao doar a área que não era sua, tentou oferecer outras áreas pertencentes ao município aos índios, como o antigo lixão do Caxito. Óbvio que os índios não aceitaram a proposta e continuam criando as suas crianças e levando as suas vidas na Restinga de Maricá.

A área da restinga de Maricá foi vendida em 2006 pelo grupo Cintra ao consórcio Luso-espanhol IDB que tinha um projeto de construir na área um Resort no valor de R$8 bilhões. Agora, a empresa que é comandada por espanhóis, pretende construir um ‘complexo hoteleiro e turístico’ no local onde o projeto prevê que a área preservada chegue a 84%.

A assessoria de imprensa da IDB Brasil, proprietária do terreno, “permanece em contato com a administração pública na busca de uma solução para a questão. A empresa reitera que respeita todas as manifestações de povos e culturas tradicionais do país, trabalha pela recuperação da identidade da pesca artesanal da Lagoa de Maricá e reafirma o compromisso de promover o legítimo desenvolvimento sustentável do município.”

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