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Maricá: Descaso continua no Cemitério Municipal

Da redação | João Henrique – O cemitério municipal de Maricá foi alvo de reclamações e diversas matérias no Maricá Info e na Band, onde foi denunciado o péssimo estado de conservação do local, sendo um desrespeito com os mortos e com os seus familiares que os visitam.

Mesmo após um ano desde a prisão do administrador do cemitério, Sr. Valmir, por crime ambiental, o local continua com ossos empilhados e sem a devida licença. Não há estanqueiras e todo o necrochorume (Líquido tóxico da decomposição de corpos) está indo para o solo, podendo contaminar o lençol freático da região, um grave crime contra o meio ambiente.

Após as matérias, a Prefeitura realizou uma limpeza superficial e contratou uma empresa que realizou ‘reparos’ e pinturas no Cemitério, que é o único na cidade. Porém, o necrochorume continua atingindo o solo e pode causar sérios danos à saúde dos coveiros e dos moradores do Centro de Maricá que, por ventura vierem a consumir a água contaminada.

De acordo com Maria Rosí Melo Rodrigues, engenheira sanitarista da Tegeve Ambiental, empresa especializada em saneamento ambiental, os microorganismos liberados durante o processo de apodrecimento dos corpos pode transmitir doenças por meio da ingestão ou contato com água contaminada pelo necrochorume. “É assim que muitas pessoas podem acabar sendo vítimas de enfermidades como hepatite, febre tifóide, paratifóide, tuberculose e escarlatina, entre outras”, afirma.

A substância, de cor acinzentada, cheiro acre e fétido, é formada por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas, duas delas aliás, altamente tóxicas: a putrescina e a cadaverina.

Ossos

Toneladas de ossos estão empilhadas em um galpão, onde, no mesmo lugar, pasmem, funciona uma capelinha para orações em pedido aos mortos. Total falta de respeito com os vivos e com os falecidos. Estes mesmos ossos não são recolhidos há mais de 17 anos, segundo um funcionário antigo do cemitério.

O Cemitério Municipal nem sequer tinha licença ambiental. A Prefeitura de Maricá não havia se pronunciado até o fechamento desta matéria.

ATUALIZAÇÃO 16h00

Após a publicação da matéria, estivemos novamente no cemitério de Maricá e algumas mudanças foram feitas para tentar esconder os erros cometidos pela gestão. As janelas do galpão que armazena os ossos foi fechada com tijolos e alguns ossos foram removidos e a capelinha que funcionava foi temporariamente fechada. O mau cheiro em algumas partes evidencia o péssimo estado de conservação do cemitério e causa ainda mais espanto para quem o visita.

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