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Prefeitura de Maricá quer criar aldeia indígena voltada ao turismo

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Prefeito Washington Quaquá visitou a aldeia na restinga, em São José do Imbassaí, no sábado (07/06), e garantiu a permanência da tribo na cidade

O prefeito de Maricá, Washington Quaquá, quer transformar a aldeia indígena instalada na restinga desde abriu do ano passado em ponto turístico da cidade. Em visita à tribo Tupi-Guarani M’Bya, no último sábado (07/06), o prefeito garantiu a permanência dos índios na região de 93 hectares, entre São José do Imbassaí e Itaipuaçu, e planeja construir no local ocas hotéis e um teatro arena para apresentações da cultura indígena. Os índios deverão construir a estrutura rústica (feita com argila, bambu e palha) e a Prefeitura destinará recursos para manutenção do espaço.

Para isso, a Prefeitura enviará à Câmara Municipal um projeto de lei de apoio aos índios, que também vai garantir a inclusão individual no projeto Bolsa Mumbuca. “Quero que todos, inclusive as crianças, recebam o benefício. Também negociaremos junto ao Ministério da Saúde a disponibilização de mais um médico cubano ao posto de São José do Imbassaí, para reforçar o atendimento, inclusive com os índios”, ressaltou Quaquá. O programa, que possui a primeira moeda social eletrônica do país, repassa mensalmente 70 Mumbucas (equivalente a R$ 70) para famílias com rendas de até um salário mínimo. Segundo o secretário municipal de Direitos Humanos, Miguel Moraes, que acompanhou a visita, as famílias já estão sendo cadastradas e o projeto de lei ampliará o benefício. Ao todo, 65 índios, sendo três crianças nascidas em Maricá, moram na aldeia Tekoa Ka’aguy Hovy Porã (significa Mata Verde Bonita).

O objetivo do prefeito é fazer com que os visitantes conheçam a cultura indígena, por meio das danças, artesanato e comidas típicas, e que possam se hospedar na própria aldeia. “As ocas hotéis serão feitas de argila e bambu e terão chuveiros com aquecimento de energia solar. A ideia é garantir sustentabilidade para que os índios vivam dos próprios produtos e atividades desenvolvidas na aldeia”, destacou o prefeito. “Já determinei aos empreendedores espanhóis (grupo IDB que irá construir um complexo turístico na Restinga) que incorporem a aldeia ao projeto do resort. Vocês não vão sair daqui”, reforçou o prefeito.

Os índios ocuparam por sete anos um espaço na Praia de Camboinhas, na Região Oceânica de Niterói, e estão na região da restinga desde abril de 2013. O cacique Darci Tupã Nunes de Oliveira, de 34 anos, explica que os índios são originais de Parati, na Costa Verde do Estado do Rio, e saíram da região em busca de um local fértil e para preservar a cultura. “Lá vivem 250 índios, mas é uma região com muitas pedras e de difícil plantio. Viemos para Maricá, com apoio do prefeito, e vamos construir uma área turística”, declarou o cacique, informando que os ancestrais já utilizavam a região há 123 anos como passagem, quando saiam do norte do Espírito Santo em direção ao Rio Grande do Sul. “Estamos muito focados nesta oportunidade única com o incentivo do Quaquá, que vai garantir a preservação da nossa cultura”, completou.

Durante a visita, o prefeito conheceu Ramon Alves dos Santos, avô do cacique Tupã e o índio mais velho da tribo com 96 anos; as instalações da aldeia com sete ocas e uma Casa de Reza em construção; a horta com plantação de aipim, banana, cana-de-açúcar e batata doce; e acompanhou apresentações de danças tradicionais. O presidente da Câmara Municipal, Fabiano Horta, ressaltou os investimentos do município na aldeia. “O povo indígena está recebendo da Prefeitura estímulo para manutenção da cultura”, declarou. O vice-presidente do Conselho Comunitário da Orla da Baía de Niterói, Carlos Valdetaro, que apoia à tribo desde a ocupação na Praia de Camboinhas, também participou da visita.​

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