Febre amarela: prefeitura de Maricá investiga problemas em atendimento
Viúva de idoso morto por febre amarela afirma que houve omissão e negligência
Do O GLOBO – A secretária municipal de Saúde de Maricá, Solange da Costa Silva, informou que abriu uma sindicância para apurar se houve irregularidades no atendimento do paciente José Pereira da Silva, de 61 anos, morto em decorrência de febre amarela na madrugada da última quarta-feira. Em entrevista ao GLOBO, a viúva do idoso afirmou que houve omissão e negligência por parte dos médicos que não o diagnosticaram corretamente, informando que a doença seria dengue.
Zezinho, como era conhecido, foi três vezes ao hospital e liberado em todas as ocasiões. De acordo com a família, os médicos não fizeram nenhum exame físico no corpo do paciente. Na segunda-feira da semana passada, com um quadro de saúde mais debilitado, ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inõa e, no dia seguinte, foi transferido para o Hospital Carlos Chagas, no Rio, onde faleceu.
— Peguei os boletins de atendimento para avaliar isso. Fiz questão de pegar os prontuários e ver o que os médicos escreveram — afirmou a secretária, acrescentando que está montando um protocolo de atendimento e acompanhando os pacientes pós-vacinados e suspeitos. — O paciente chegou ao hospital com sintomas inespecíficos. Os sinais eram muito pouco caracterírstico, mas os médicos tinham que ter o examinado direito. É um grande problemas dos médicos atualmente.
A secretária destacou ainda que, até a morte de Zezinho, Maricá não fazia parte do cinturão de bloqueio da doença, recebendo apenas um volume habitual da vacina, aplicada regularmente no Posto Central.
— A vacinação já estava acontecendo. Ele não quis tomar vacina. Mas não havia ainda essa campanha, porque Maricá não estava no cinturão — afirmou.
De acordo com a família, Zezinho teve a oportunidade de ser vacinado, mas recusou por estar fora da faixa recomendada para ser vacinado, já que tinha 61 anos.
Procurada, a secretaria estadual de Saúde disse, em nota, que “a vacinação preventiva de bloqueio contra febre amarela teve início em janeiro deste ano, a partir da análise constante do cenário epidemiológico no Rio e em estados vizinhos”. Destacou ainda que, dos 65 municípios considerados estratégicos, 47 cidades já receberam vacinas suficientes para imunizar seus públicos-alvo.
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