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Organizadora de buffet foge com pagamento de clientes

A empresária Adriana Moreira da Silva, de 41 anos, é investigada pela Polícia Civil, suspeita de ter roubado dinheiro de contratos firmados para fornecimento de buffets de festa clientes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

O G1 ouviu três dos denunciantes. Segundo eles, Adriana se dizia dona do buffet N&L, insistia para fechar os contratos e levava até amostras das comidas na casa dos clientes para degustação. Ela foi recomendada por amigos e até uma casa de festas.

“Ela foi indicada por mais de uma pessoa. Chegou a ir na minha casa no dia das mães para fechar contrato e postava vários eventos que fazia nas redes sociais. Até que sumiu, abandonou a o própria casa, desativou o whatsapp, ninguém mais consegue falar com ela. Não vai ter aniversário da minha filha este ano, foi um sonho não concretizado”, lamentou a farmacêutica, vítima do caso.

A profissional de saúde contou que foi a primeira a fazer registro de ocorrência na 17ªDP (São Cristóvão) e que faz parte de um grupo nas redes sociais que reúne várias vítmas que perderam dinheiro com o sumiço da empresária. Ao todo, estima-se que ela tenha levado mais de R$100 mil.

“Conversando com o pessoal que está nesse grupo comigo, a maioria dos contratos foi entre R$1,5 mil e 2 mil. Mas tem gente que pagou R$ 14 mil por festas de casamento e debutante. Estamos levantando o maior número de vítimas possíveis e para que todos façam depoimento na 17ª DP para facilitar a investigação”.

De acordo com o delegado titular da delegacia responsável pelo caso, Marcus Neves, foram abertos seis registros de ocorrência, bem como seis inquéritos foram instaurados. O delegado acredita que Adriana faça parte de uma quadrilha e que não seja a única responsável pelo golpe.

“Os procedimentos mínimos de investigação devem levar de 15 a 20 dias e o pedido de prisão pode ser não só de Adriana, mas também de pelo menos três pessoas suspeitas de envolvimento na possível fraude praticada pela empresa de buffets N&L. Ainda falta alinhar com a promotora do Ministério Público como vamos proceder com a investigação: se vai haver um inquérito para cada vítima, com a soma das penas, ou se a investigação será unificada”, informou Neves.

Adriana também já teve um processo criminal por estelionato aberto em dezembro de 2017 pelo Ministério Público do Estado do Rio. O processo, entretanto, consta como “arquivado provisoriamente” no Tribunal de Justiça do Rio.

Mesmo tendo checado o CPF de Adriana, uma estudante de letras também foi vítima. Ela conta que esteve com outros clientes na casa da empresária, encontrada “de pernas para o ar”.

“Os vizinhos falaram que ela foi embora de madrugada em um caminhãozinho de mudança e a própria mãe dela disse que não sabia onde a filha estava e que ela já tinha feito isso antes. O que me choca é uma pessoa como essa que tem processo por estelionato não ser impedida pela lei de continuar prestando serviço”, criticou.

Outra vítima da empresária, uma atendente de bar de 21 anos, que preferiu não se identificar, disse que parte das vítimas disse que Adriana demorava para entregar contratos e que nunca deu recibo de nenhum dos pagamentos.

“Ela não deu recibo nenhum. Enviou o contrato pelo celular e, no sábado, quando sumiu, cheguei a mandar mensagem e ela respondeu dizendo que estava tudo certo. Destruiu o sonho de realizar a festa para a minha filha. Ela viu que eu sou mãe, tenho três filhos, o pai da minha filha morreu de infarte pouco antes de eu descobrir que estava grávida. Agora não sei mais o que fazer, é revoltante”.

 Matéria: Yasmim Restum / G1.globo.com

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