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Maricá: Restinga é cenário de gravação de filme

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Maricá recebeu nesta segunda-feira (29/04), o elenco do longa-metragem “Medida Provisória”, dirigido por Lázaro Ramos e que foi inspirado na obra teatral “Namíbia, não!”, de Aldri Anunciação, vencedor de uma das categorias do Prêmio Jabuti, em 2013. Na restinga de Maricá, locação escolhida pela produção, os atores Taís Araújo e Alfred Enoch gravaram últimas cenas do filme que já está em fase de edição e tem previsão de estreia para o primeiro semestre de 2020. As filmagens contaram com o apoio logístico da Prefeitura, através da Secretaria de Cultura. A secretária Andréa Cunha esteve no local e acompanhou um pouco das gravações.

O longa-metragem é ambientado num futuro próximo e hipotético, cuja trama parte da aplicação de uma lei que determina a volta compulsória de todos os afrodescendentes a seus “países de origem”. De acordo com a produção, o filme vai oferecer um novo ângulo de observação das estruturas sociais, com um pouco de humor e serve como gatilho de reflexão sobre igualdade, representatividade e alternativas para a construção de um novo tempo.

“Vi umas fotos de locação do Ruy Guerra aqui em Maricá e como estávamos há uns dois meses procurando um outro Rio de Janeiro, que nos oferecesse uma outra paisagem de beleza e contemplação, foi como um achado. Chegando aqui vi que era muito melhor do que eu havia imaginado”, destacou o diretor geral, Lázaro Ramos. Ruy Guerra rodou cenas do longa “A História de um Crime”, atualmente em fase de finalização.

Maricá recebeu destaque no longa, que também foi gravado no Rio, em bairros como Flamengo, São Cristóvão, no Mirante do Pasmado (Botafogo), na Gamboa e em Santo Cristo e poderá se tornar, ainda mais conhecido, por conta da presença de um ator com grande visibilidade no exterior. O britânico Alfred Enoch, conhecido por ter interpretado o bruxo Dino Thomas, da saga Harry Potter e o estudante de Direito, Wes Gibbins, na série de televisão da ABC “How to Get Away with Murder” é um dos protagonistas e contou sobre a experiência de fazer, pela primeira vez, um trabalho em português.

“Achei muito bom o roteiro e é uma grande oportunidade trabalhar com o Lázaro, pois o considero um artista de ponta. Estamos gravando há cinco semanas e cheguei em fevereiro para me preparar bem, pois é a primeira vez que faço um trabalho com a língua portuguesa. O calor humano você nem sempre encontra em outros lugares também e fico feliz de fazer parte desse projeto tão bonito, que em breve, irão conhecer”, disse Alfred.

Taís Araújo, em mais um trabalho com o marido, contou sobre a relação com a cidade e destacou a surpresa em gravar num lugar tão diferente. “Gravei Tocaia Grande e Xica da Silva, da extinta Manchete aqui na cidade e foi muito bom voltar depois de tantos anos. Eu não conhecia essa parte da cidade, não fazia ideia que existe essa restinga e achei tudo lindo. Tudo fotografa bem, pois o céu azul contrasta com o chão vermelho da estrada. Foi uma grata surpresa”, disse a protagonista.

Andrea Cunha falou sobre os impactos que produções como essas trazem para Maricá em função da exposição positiva e do atrativo turístico. “Quando conseguimos apoiar, de alguma forma, um longa-metragem de artistas renomados, conseguimos, também, promover a cidade turisticamente. Em breve teremos uma ‘Film Comission’ (FC), aqui em Maricá, que poderá promover produções locais e dar maior apoio às produções de fora”, disse. “Já faço cinema há muitos anos e, muito do que conhecemos dos Estados Unidos, por exemplo, é pelas paisagens dos filmes. Termos a oportunidade de fazer isso também no Brasil é mais uma função que a cultura pode ter, interagindo com o turismo, dando visibilidade e apoio a cultura e tendo retorno de impostos, o que também é importantíssimo e é muito bom saber que aqui em Maricá estão fazendo isso”, explicou Lázaro.

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