Maricá: Instalação de arte gera curiosidade e provoca reflexão no público
A Casa de Cultura de Maricá reabriu após mais de cinco anos em obras e dois anos de fechamento pela pandemia com uma exposição de arte contemporânea que acontecerá até o dia 30 de julho.
Ao todo, 27 obra de artistas consagrados, que escolheram Maricá para viver, fazem parte da exposição intitulada “Canto porque Resisto”, sob curadoria de Luiz Guilherme Vergara, a mostra é realizada pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), com apoio da Secretaria de Promoção e Projetos Especiais.
Um dos destaques que mais chamaram atenção nesta semana foi a instalação “O Bem e o Mal-Entendido (2006)” do artista Jarbas Lopes. Natural de Nova Iguaçu, Lopes vive hoje em Maricá onde tem sua obra exposta na praça Orlando de Barros Pimentel, ao lado da Casa de Cultura.
E a sua obra, que tem dois fuscas, um preto e um branco colocados um em cima do outro, tem gerado reflexões em quem passa pelo local. De trabalhadores a estudantes, não há quem não pare para observar a obra, que mostra uma dualidade e um contraponto entre os objetivos.
Seu processo criativo permeia uma reconfiguração dos objetos e das experiências estéticas, dando-lhes um novo significado e movimento, sempre permeados por um tom crítico. Suas esculturas e pinturas interativas fazem uma fusão equilibrada entre tempo, espaço e circunstâncias práticas e ideológicas como participação coletiva, sociabilidade para espaços públicos e usos compartilhados da cidade.
Serviço:
Exposição: “Canto porque Resisto”
Local: Casa de Cultura & Museu Histórico de Maricá – Rua Álvares de Castro, 154, Centro
Abertura: 01/05/2022 às 16h
Período: 01/05/2022 a 30/07/2022
Entrada gratuita; acesso livre para todas as idades
Funcionamento: Seg, ter e qui – 10h às 16h
Qua e sex – 12h às 20h
Sáb – 9h às 16h
Dom – 10h às 13h
Sobre os artistas:
Bill Lundberg – Albany, EUA, 1942
Um pioneiro no campo da performance, filme e vídeo instalação, Lundberg se envolveu em investigações estéticas que antecedem as de seus contemporâneos mais notáveis, incluindo Gary Hill, Bill Viola e Tony Oursler. Por mais de 40 anos, Lundberg integrou as qualidades formais da pintura, performance e filme para falar sobre a condição humana.
Edmilson Nunes – Campos dos Goytacazes, 1964
Estudou Arquitetura e Urbanismo na UFRJ, onde teve seu primeiro contato com arte, conhecendo Celeida Tostes e Lygia Pape, entre 1985 e 1990. Em 1992, estudou no núcleo de aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 1993, fez sua primeira individual na Galeria Anna Maria Niemeyer. Em 2007, abriu outra mostra individual no Paço Imperial RJ. Desde 2002, faz a direção artística da escola de samba mirim “Pimpolhos da Grande Rio”. Foi professor nas oficinas do Museu do Ingá, de 2003 a 2008. Em 2013, foi convidado para ocupar a varanda do MAC Niterói com a exposição “A Felicidade às vezes mora aqui”, que reuniu importantes artistas, parte de sua trajetória como professor de novas gerações.
Jarbas Lopes – Nova Iguaçu, 1964
Concluiu seus estudos sobre escultura em 1992, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Janeiro. A sua produção reúne esculturas, desenhos, instalações e performances. Também desenvolve projetos conceituais que operam à margem da lógica capitalista, valorizando o pensamento artesanal e a participação do espectador. Na série “A paisano”, por exemplo, ele recupera a prática popular do trançado para construir com tramas multicoloridas imagens que ficam entre a pintura e a escultura.
Marcos Cardoso – Paraty, 1960
Formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 1992, frequentou a Oficina de Gravura do Ingá, de 1988 a 1990, e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 1991. Foi aluno e amigo de Lygia Pape, que fez o seguinte relato do artista: “Marcos Cardoso metamorfozeou-se pelo mito do Carnaval e suas máquinas: reciclou pó e pano em palácios e castelos, faz-de-conta sem fim, hoje pura linguagem nobre, mergulhada no sensível, no sonho do alquimista que engendra transtornados objetos arfantes”.
Regina Vater – Rio de Janeiro, 1943
Em pesquisa que abrange as relações entre sociedade, natureza e tecnologia, Regina Vater desenvolve, ao longo das últimas quatro décadas, um corpo de trabalho complexo e sofisticado que contribui de maneira expressiva para o debate sobre a emergência de uma ecologia midiática nos âmbitos da arte e da vida contemporânea. A natureza poética, ativista e ecológica de sua obra foi sempre tecida em impulsos transmidiáticos, em que a linguagem de cada trabalho se apresenta como mais um desdobramento de seus interesses.