Maricá e instituto cubano avançam em parceria para produção de vacinas
As vacinas do Instituto Finlay foram utilizadas em países como Irã, Venezuela e Nicarágua.

A Prefeitura de Maricá iniciou tratativas para firmar uma parceria com o Instituto Finlay de Vacinas (IFV), de Cuba, com o objetivo de desenvolver e produzir vacinas no município, incluindo a de leptospirose, doença comum em regiões tropicais. O projeto prevê a criação de um complexo de saúde industrial.
O prefeito Washington Quaquá recebeu nesta segunda-feira (24/03) uma comitiva de diretores do IFV em seu gabinete para discutir os termos da cooperação. Durante o encontro, destacou-se a importância da parceria para o fortalecimento da saúde pública no município e no Brasil.
“Vamos construir um grande complexo de saúde industrial em Maricá com nossos companheiros cubanos, que são referência em ciência, tecnologia e saúde no Hemisfério Sul. Será uma parceria em prol da saúde do povo de Maricá e do Brasil”, afirmou Quaquá.
A visita dos representantes cubanos incluiu uma agenda técnica por Maricá, acompanhados do secretário de Saúde, Dr. Marcelo Velho, e do presidente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), Cláudio Gimenez. A comitiva conheceu o Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí, e o Parque Tecnológico de Ubatiba, local avaliado para a possível instalação de uma unidade do Instituto Finlay.
A articulação será conduzida pelo ICTIM e prevê, além da produção de vacinas, o desenvolvimento de outras iniciativas conjuntas. O diretor-geral do IFV, Dr. Vicente Vérez Bencomo, enfatizou o compromisso do instituto com a saúde global,
“Estamos muito motivados com essa parceria. Queremos desenvolver soluções que salvem vidas, especialmente para doenças negligenciadas pelas grandes farmacêuticas, que só atuam onde há lucro. Nossa missão é cuidar de todos”, declarou.
O Instituto Finlay de Vacinas tem, entre suas principais realizações, o desenvolvimento da vacina cubana contra a Covid-19, a Soberana, que foi utilizada em países como Irã, Venezuela e Nicarágua.
Alguns países, como Argentina e México, demonstraram interesse nas vacinas cubanas, mas não houve aplicação em larga escala. A adoção dessas vacinas em massa ficou restrita a países com forte cooperação com Cuba, enquanto outros optaram por imunizantes de laboratórios já consolidados no mercado internacional.