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Maricá vai nomear carnavalesco Milton Cunha como reitor da Universidade do Carnaval

No dia 16 de maio, a Prefeitura de Maricá vai inaugurar a sede da Universidade Livre do Carnaval e nomear o carnavalesco Milton Cunha como reitor da instituição, em cerimônia marcada para acontecer às 19h, na quadra da escola de samba União de Maricá. A universidade será a primeira do país inteiramente dedicada ao estudo e à economia do carnaval.

O projeto, encabeçado pela Secretaria de Cultura e das Utopias, surge em meio a críticas da população por conta da precariedade no atendimento básico em diversas áreas da cidade. Moradores seguem enfrentando dificuldades em postos de saúde, ruas esburacadas e esgoto a céu aberto em diversos bairros — o que levanta questionamentos sobre as prioridades da atual gestão.

Além de Milton Cunha, que é cenógrafo, psicólogo e comentarista de carnaval com pós-doutorado em História da Arte, a reitoria colegiada da nova universidade também terá nomes de peso como Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê — fundador do bloco afro baiano Ilê Aiyê — e Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira.

Lançada em janeiro deste ano, a Universidade Livre do Carnaval promete oferecer mais de 60 cursos livres e técnicos, com expectativa de também abrir graduações no futuro. A proposta da prefeitura é transformar Maricá em referência nacional na formação profissional ligada à festa popular.

O projeto também abrigará a Rede Brasileira de Estudos do Carnaval (REBECA), voltada para pesquisa acadêmica sobre o tema.

Apesar da importância da valorização cultural, o investimento público na universidade ocorre em um momento em que setores essenciais, como saúde e infraestrutura, enfrentam gargalos. Há unidades de saúde com déficit de profissionais, bairros com acesso precário à água tratada e obras paradas ou mal executadas em áreas urbanas.

“Vamos consolidar a Universidade Livre do Carnaval como referência nesta tradição autêntica da cultura popular brasileira, sendo reconhecida pela qualidade acadêmica e pela contribuição efetiva na economia criativa circular e no desenvolvimento humano no âmbito profissional e cultural”, afirmou o secretário Sady Bianchin.

Com escola de samba própria e agora uma universidade voltada ao carnaval, Maricá avança no campo da cultura — mas deixa em aberto o debate sobre onde deveriam estar os maiores esforços do poder público em um município que ainda convive com problemas básicos não resolvidos.

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