Maricá: Vereador Netuno questiona nova empresa de Cultura: ‘R$ 100 milhões para amigo do prefeito’

Durante a sessão da última quarta-feira (28/05), a Câmara Municipal de Maricá aprovou, em primeiro turno, o projeto que cria a Empresa Pública de Cultura e Turismo, com orçamento inicial de R$ 100 milhões. Um dos votos contrários foi do vereador Ricardinho Netuno (PL), que fez duras críticas à proposta e à gestão do prefeito Washington Quaquá.
Netuno, que votou contra a criação da nova empresa pública, questionou a coerência entre o discurso do Executivo sobre “enxugamento da máquina pública” e a criação de novas estruturas administrativas:
“Hoje vamos enxugar a hipocrisia do prefeito Quaquá, né? Diz que vai enxugar a máquina pública, que vai tirar tudo que está errado, e não para de criar secretaria, não para de criar cabide de emprego. Acabou de pegar um empréstimo, que essa Câmara aprovou, de quase 160 milhões de reais com a Caixa Econômica. Pegou empréstimo pra fazer obra, né? Vamos pagar juros. Mas agora está criando a companhia de cultura com orçamento inicial de 100 milhões de reais.” Disse.
O parlamentar também criticou o fato de o ator Antonio Grassi, anunciado por Quaquá como presidente da empresa, ser alguém ligado ao campo político e artístico do PT:
“Cem milhões de reais pro Antônio Grant? Antônio Grant vai operar cem milhões de reais na nossa cidade. Aí tem dinheiro sobrando pro artista. Pra tirar o PPT não tem dinheiro, pra cumprir o que prometeu na campanha não tem dinheiro. […] A cidade não tem dinheiro. Mas cem milhões pro Antônio Grant (SIC), que é um artistazinho amiguinho dele, pode. Aí a cidade tem dinheiro.” Declarou Netuno, se referindo ao ator e produtor cultura Antônio Grassi, já anunciado pelo prefeito Quaquá como presidente mesmo antes da empresa ter sido criada.
Ricardinho também apontou preocupações com a fiscalização dos recursos:
“O artigo quarto dessa criação dessa empresa pública diz o seguinte: ‘O capital social poderá ser aumentado por um ato do Executivo’. Na canetada, o prefeito coloca o valor que ele quiser lá. Então, essa Câmara vai estar dando carta branca pro Quaquá gastar quanto ele quiser, como ele quiser, sem limite e sem controle.”
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Segundo ele, a empresa pode ser usada como justificativa para ações internacionais da gestão. “Está criando mais um aparelho pra justificar as viagens internacionais dele. Aí ele vai agora pra Cuba, vai pra Portugal, vai pra França e vai falar o quê? Que está fazendo cultura. Está fazendo cultura pra Maricá, mas na verdade é pra continuar a farra das viagens internacionais travestida de política.”
Para o vereador, a mudança de “companhia” para “empresa” tem como objetivo facilitar os interesses políticos da gestão:
“Empresa pública vai ficar mais difícil ainda a nossa fiscalização, porque a Secretaria de Cultura a gente tem melhor acesso do que o que está sendo contratado. A Câmara tem poder maior de fiscalização. Agora, uma empresa pública é muito mais difícil, faz parte da administração indireta. […] Já foi anunciado o novo secretário, o forasteiro, mais um militante do PT, artista, que vai ganhar de presente um orçamento milionário na nossa cidade.”
O projeto de criação da empresa ainda precisa ser votado em segundo turno, o que deve ocorrer na próxima sessão, marcada para segunda-feira (02/06).