Maricá: Câmara recebe pedido de cassação dos vereadores Ricardinho Netuno e Hadesh
A Câmara de Vereadores de Maricá recebeu, nesta quarta-feira (06/08), pedidos de cassação dos mandatos dos vereadores Ricardinho Netuno (PL) e Hadesh (PT), em meio a um clima de acirramento político e troca de acusações na Casa Legislativa.
O pedido contra Netuno foi apresentado por três vereadores: o próprio Hadesh, que lidera o governo na Câmara, além de Felipe Auni e Igor Corrêa. Já o pedido de cassação de Hadesh foi feito por Netuno, num claro embate entre os dois parlamentares, que têm protagonizado discussões intensas nas últimas sessões.
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Durante a sessão, a presidente da Comissão de Ética, vereadora Rita Rocha (PT), anunciou a inclusão dos vereadores Felipe Paiva e Deil Machado como novos membros do colegiado, que será responsável por analisar os pedidos.
Ao se pronunciar na tribuna, Ricardinho Netuno afirmou que sofre perseguição política e classificou o processo como uma tentativa de silenciar a oposição. Ele afirmou que seu mandato representa vozes que não têm espaço para se manifestar na cidade:
“E é por isso que querem caçar o meu mandato, porque eu tô denunciando essa turma toda. Tentaram me comprar, negociar, me ameaçar, mas eu não recuei. Quaquá quer me caçar porque não sabe lidar com o contraditório. A democracia em Maricá tá respirando por aparelhos. […] Agora, essas pessoas não vão ter mais voz. O prefeito não vai ter mais denúncias no Ministério Público se me caçar, não vai ter mais fiscalizações.”
O parlamentar também criticou a condução do processo de cassação. “A primeira medida no regimento é advertência. Depois suspensão, depois afastamento, só então a cassação. Vão pular tudo? […] Será que é legal isso? A maioria da Câmara composta por suplentes, sem autonomia? A Câmara vai ficar refém do prefeito?” Questionou.
Netuno finalizou dizendo que se orgulha de ser perseguido por fazer oposição. “Vergonha seria me calar diante de tantas injustiças.”
O pedido de cassação agora será analisado pela Comissão de Ética da Câmara e, posteriormente, poderá ser submetido ao plenário, onde os demais vereadores decidirão o destino dos dois parlamentares. Com 19 dos 21 vereadores na base do governo, o desfecho tende a ser político, em meio a um cenário que levanta debates sobre liberdade de expressão, independência dos poderes e o futuro da oposição em Maricá.