Clarão no céu intriga moradores de Maricá; entenda!

Moradores de Maricá vêm observando, nos últimos meses, um intenso clarão avermelhado vindo do município vizinho de Itaboraí. O brilho, visível de bairros como Flamengo e Caxito, gerou mensagens aflitas em redes sociais — uma moradora chegou a perguntar se havia incêndio na região. O susto tinha causa industrial: o fenômeno é provocado pelo flare do Complexo Petroquímico Boa Ventura, em Itaboraí, que queima gases excedentes e produz uma chama gigante visível a quilômetros.
Flares são torres altas projetadas para queimar de forma controlada gases residuais, como metano, que não podem ser processados. Segundo o portal Engenharia 360, esses dispositivos aliviam a pressão nos sistemas petroquímicos, evitam explosões e transformam o metano em dióxido de carbono e vapor d’água. A chama intensa indica combustão eficiente: quanto mais brilhosa, menor a liberação de metano. É por isso que, em noites nubladas, as nuvens refletem a luz e o clarão fica ainda mais evidente.
O Complexo de Energias Boaventura, antes conhecido como Comperj, abriga a maior Unidade de Processamento de Gás Natural do país. O gasoduto Rota 3 traz gás do pré‑sal até a UPGN, permitindo processar até 21 milhões de m³ de gás por dia. Para garantir segurança, o complexo utiliza uma torre de flare com 156 metros de altura e 424 toneladas de aço, capaz de queimar até 1,4 mil toneladas de gases por hora.
A chama do flare assustou muitos moradores, mas especialistas lembram que ela evita liberações perigosas de metano e queimar esses gases é mais seguro do que liberá‑los na atmosfera. Ambientalistas, porém, ressaltam que a queima ainda emite CO₂ e defendem alternativas, como reinjeção de gás e captura de carbono. Enquanto tecnologias de descarbonização não se popularizam, o clarão continuará lembrando à região da importância — e das limitações — de seu polo energético.