Araçatiba e seus significados – Por Fabiano Horta
Por Fabiano Horta – A Lagoa de Araçatiba resgata a nós percepções novas sobre o espaço comum e as possibilidades de vivências coletivas mais humanas. Ao alto de sua condição única detentora do POR DO SOL mais admirado nas redondezas, rico na plasticidade existencial de cores solares, espelhos aquáticos e voo de garças e gaivotas, ela hoje reflete anseios latentes de nossa própria condição humana, e nosso modo operante de ver e viver a vida. A revitalização em curso modifica os elementos físicos naturais e artificiais da região, e por consequência a interação entre os nós humanos. O que enxergar nisto?
Orgulho nosso permanente, a Lagoa traduz um certa potência de nossa litoraniedade cravada no centro urbano, e cujo o saudosismo obrigatoriamente nos remete a Antiga Cidade dos anos 80 e 90 , marcados pelo baladismo boêmio e gastronômico da musicalidade do “Chão de Estrelas”. Hoje, tomam forma quadras, pistas de correr e skatear, academias, novo asfalto e etc.. Tudo isso cria uma nova ambiência e também novas manifestações humanas. Expõe-se potências atléticas à performances cultuadas, estéticas corporais sob observação, desafios gigantes aos amadores patinadores e suas quedas, e adrenalina do skatismo mais radical. Neste ponto nasceu o novo! O inusitado! Viralizou- se a coletividade dos esportes por toda a orla e o lugar do encontro de todos e todas reapareceu. O horário já não importa tanto, os smartphones perderam o protagonismo de individualizar mentes. Surgiram gritos de disputa, saltos de vitórias e os olhares humanos já se percebem mais que a distração “facebookiana”. O MUNDO DO EU PERDEU ESPAÇO PARA O MUNDO DO NOSSO e a euforia se retroalimenta na divisão do prazer de simplesmente estarmos juntos.
Transformar espaços coletivos e públicos num lugar de encontros, trocas horizontais e afetos mútuos é o conceito que queremos continuar construindo na cidade toda. O Túnel de pedestres de Inoã e a Praça do Degrau também refletem o mesmo fenômeno que Araçatiba vive hoje. Da degradação à vitalização e apossamento completo pela comunidade. Ou seja, revitalizar espaços públicos significa dar a eles funcionalidade, beleza estética, senso de pertencimento e engajamento social que coloca os encontros humanos como protagonista arquitetônico. O degradado afasta e desumaniza, enquanto o revitalizado apossa e afetiviza.
Os novos ares de Araçatiba são um pouco disso tudo. Movimentos duplos, encontros alegres, contemplação, mãos estendidas, sorrisos recíprocos, quedas solidarizadas, bancos cheios, Rodas girando, piques “Boltianos”, pais com filhos, bolas a caminho, pedestres nas faixas, selfies com golfinhos, e etc.. Enfim, “ARAÇATIBA VIROU VIDA”!