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Cresce o número de casos de violência contra criança em Maricá

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O número de crianças e adolescentes que sofrem violência dentro de casa aumentou em Maricá. A informação é do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) com dados dos meses de março, abril e maio, que revelam crescimento de quase 200%, referentes ao mesmo período de 2018 e 2019.

“A realidade analisada em um cenário macro mostra que apesar de estarmos fazendo 30 anos do Estatuto da Criança do Adolescente, um marco histórico na garantia de direitos, ainda temos um gráfico crescente de violência contra criança e adolescente. Com a pandemia notamos um aumento exponencial. Sabemos que a maior parte desta violência é doméstica e intrafamiliar”, destacou o presidente do CMDCA Alan Christi.

Neste ano já foram realizados 307 atendimentos emergenciais, de acordo com o CMDCA, que representa um aumento significativo na gravidade dos casos.

“No mesmo período do ano passado realizamos cerca de 500 atendimentos, porém nem todos os casos eram emergenciais. O Conselho Tutelar 1, responsável pelo 1º e 2º distrito, que compreendem 33 bairros do município, aponta que os crimes de abuso sexual durante a pandemia aumentaram em 50%, seguidos de abandono com 34%, violência psicológica 33% e física 21%.

Exemplo: conflito familiar era uma demanda nossa, chegava ao Conselho Tutelar e encaminhávamos para Defensoria, agora esses tipos de casos não estão chegando a nós. Quando fazemos esse comparativo é possível observar que são casos mais agravados e um quantitativo que assusta”, explicou o coordenador do Conselho Tutelar 1, Jorge Márcio Lobo.

O fechamento de escolas e creches como medida preventiva afetou toda população estudantil, fazendo com que a maior parte das crianças permanecesse praticamente todo o tempo em casa, o que, segundo o Conselho, acaba por aumentar casos de abandono.

“Os casos de abandono tiveram aumento de 34% que se deve a paralisia das escolas e a necessidade de mães retornarem aos trabalhos. Quando a creche e a escola param, não tem onde deixar a criança, o que aumenta o abandono”, esclarece a conselheira tutelar Tatiana Toste.

Durante a pandemia do novo coronavírus, o Conselho Tutelar destaca que houve aumento de 60% nos casos de denúncias feitas diretas ao órgão e em 3% relacionadas ao Disque 100 na cidade. O conselho ainda ressalta que a maioria dos casos acontecem com crianças de 0 a 12 anos.

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