Rodoviários ameaçam entrar em greve
A possível paralisação do sistema de ônibus em Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá pode estar mais perto de acontecer. Os trabalhadores votaram contra a proposta patronal de redução dos salários e benefícios da categoria nesta segunda-feira (17).
Embora ainda restem duas assembleias para definição oficial da posição dos trabalhadores, não há mais como reverter o placar de 1.676 a 177, com dez abstenções, uma vez que o número de funcionários das empresas que ainda irão opinar é menor do que o total já consolidado de votos contrários às viações.
O resultado das assembleias, realizadas ao longo de oito dias, na sede social do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), em Niterói, será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho (MPT), órgão mediador da questão.
Como as empresas de ônibus afirmam que não têm como pagar os salários dos trabalhadores e a ameaça de demissões em massa no setor é real, não haverá alternativa para a categoria a não ser uma paralisação dos serviços.
Votam, nesta terça-feira (18) os rodoviários das empresas Rio Ouro e Maravilha Auto Ônibus; e, no dia 19, os da Auto Ônibus Asa Branca Gonçalense. Até esta segunda-feira (17), 1.863 trabalhadores de 27 empresas compareceram às assembleias. A proposta patronal atual é de pagamento de 50% dos salários e redução no valor da cesta básica, que passaria de R$ 280 para R$ 120.
Os rodoviários querem a manutenção do Acordo Coletivo, que vigora até 1º de novembro, com salário, férias e 13º integrais, além de todos os benefícios e estabilidade no emprego por três meses. O impasse entre rodoviários e patrões é fruto da crise no setor de transportes, acentuada com a pandemia do coronavírus.