Maricá: Inércia do poder público leva Enel a debochar de consumidores
É inadmissível que um serviço tão essencial como a energia elétrica seja interrompido, com a conta do consumidor em dia, por cinco dias. Não há como explicar o deboche que a concessionária de energia Enel trata os seus clientes a não ser devido à inércia do poder público.
Entre 2019 e 2020 ocorreu no município de Maricá uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel. Naquela época, os vereadores se deram por satisfeitos com os resultados das investigações que levaram, na ocasião, a um aumento do quadro de funcionários da agência da Enel no Centro de Maricá, recuperação de R$1 milhão que seria utilizado em mecanismos para melhorar a distribuição de energia em Itaipuaçu, disponibilização de máquinas de autoatendimento, unidades móveis, convênio para a poda de árvores e posto de urgência instalado no município.
Desde então o serviço só piorou! Não foi apresentado um planejamento para investimentos para ampliação e estruturação da rede, em vista que a população de Maricá é a que mais cresce no Estado do Rio, ultrapassando os 223 mil em 2022 de acordo com prévia do Censo 2023.
Nas últimas chuvas as ocorrências demoraram para serem atendidas e alguns clientes ficaram por CINCO dias sem o serviço, perdendo alimentos e tendo um transtorno tremendo, principalmente para gestantes, bebês e idosos.
A demora para atender as ocorrências se dão devido ao baixo quadro de funcionários e má distribuição das equipes. Outro problema no atendimento é o encerramento dos protocolos sem ao menos reestabelecer o serviço. Na época, o presidente da CPI da Enel foi o vereador Cemar, que hoje não ocupa uma cadeira na Câmara de Vereadores.
O crescimento da cidade passa pela infraestrutura básica de qualidade e um dos pilares é a energia elétrica. Também já abordamos o serviço precário prestado pela empresa Águas do Rio, que substituiu a CEDAE em Maricá após a privatização e que não atende bem o município nos bairros em que há a rede de água encanada.
Vale destacar que o maior cliente da Enel é a Prefeitura de Maricá, que somente em 2023 pagou mais de R$30 milhões para a concessionária de energia elétrica. Outro problema causado pela concessionária privada e a sua sede de lucro é a ocupação irregular de terrenos públicos e privados. A concessionária fornece o serviço sem exigir qualquer documento que comprove a titularidade ou posse do imóvel, fazendo com que as construções irregulares venham aumentando exponencialmente. Mais dinheiro para a empresa e mais problemas para o setor público.