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Oitava edição da FLIM começa nesta terça-feira (19). (Foto: Evelyn Gouvêa).
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Primeiro dia da Festa Literária Internacional de Maricá (FLIM) tem Debates, poesia e show de Bossa Nova

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A primeira mesa de discussão da 8ª Festa Literária Internacional de Maricá (Flim), realizada nesta terça-feira 19/09, explorou o tópico da educação e do cenário esportivo brasileiro. O renomado jornalista Juca Kfouri juntou-se aos ex-atletas Búfalo Gil e Giovane Gávio para uma conversa sobre temas como educação, ética, racismo e o desenvolvimento de novos talentos esportivos.

Além disso, o evento do dia incluiu uma sessão de autógrafos do livro de poesias “Cabeça nas Nuvens”, escrito pelo deputado federal e ex-prefeito de Maricá, Washington Quaquá, bem como um emocionante show de Bossa Nova apresentado pelo pianista Daniel Jobim, que revisitou os grandes sucessos de seu avô, Tom Jobim.


O prefeito Fabiano Horta, enquanto assistia ao debate, trouxe à tona a questão da comercialização excessiva no futebol, com os altos preços dos ingressos cobrados pelos clubes nos estádios. Ele questionou Juca Kfouri sobre como resistir a essa tendência.  

“A Copa do Mundo no Brasil em 2014 teve alta responsabilidade sobre isso quando nós transformamos nossos estádios em arenas e elitizamos os torcedores nos estádios. O preço médio do ingresso para a final da Copa do Brasil no Maracanã foi 400 reais. Isso é um absurdo. Que cobre um valor alto num setor do estádio com uísque, cerveja e estacionamento privativo, mas não abdique de dar espaço para o torcedor comum”, pontuou Juca Kfouri

Juca, autor de livros que capturam a paixão dos torcedores pelo futebol, também abordou a questão do racismo.

“A nossa elite branca jamais aceitou a dita libertação dos escravos. Não aceita que a filha da cozinheira dispute uma vaga na faculdade com o filho do patrão. Alguém no estádio de futebol agredir um negro é agredir o próprio futebol. De 1958 até 2002, os melhores jogadores eleitos nas copas do mundo são negros. Não há nada mais odiento, asqueroso, mentiroso do que uma atitude racista e precisamos mudar isso”, declarou o jornalista.

Búfalo Gil, ex-atleta da seleção brasileira de futebol, Botagogo e Fluminense, compartilhou suas próprias experiências de enfrentar o racismo durante sua carreira.

“Nasci ‘chocolate’ porque meu pai é negro e minha mãe branca, sai misturado. Sofri muito na Espanha com racismo. Jogavam bananas em mim e essa questão pode ser curada na escola porque os professores são peças fundamentais nesse processo e não pode deixar passar em branco”, disse Búfalo Gil.

Giovane Gávio, medalhista de ouro nas Olimpíadas de 1992 e ex-atleta da seleção brasileira de vôlei, destacou a influência positiva que professores e treinadores tiveram em sua formação como atleta de alto desempenho. Ele também enfatizou o papel do esporte na melhoria da educação, cultura e transformação da sociedade.

“Fico muito contente de ser uma pecinha nessa engrenagem toda que vai construir uma sociedade mais saudável, igual. O esporte para mim é a grande ferramenta que consegue melhorar e contribuir muito nesse processo de educação, cultura, de uma série de transformações”, afirmou Giovane, que também falou sobre a Festa Literária de Maricá. “Todas as pessoas que passarem pelo portal da Flim, de alguma forma, serão impactadas para melhor. A grande transformação do cidadão é o conhecimento e devemos ser inquietos buscando sempre nossa melhor versão”, disse Giovane.

A mesa de discussão foi mediada por Amanda Pereira, subsecretária de Comunicação Social de Maricá, e Cristiano Oliveira, professor de Educação Física da Secretaria de Educação de Maricá.

Além disso, durante a noite, o ex-prefeito de Maricá e deputado federal, Washington Quaquá, realizou uma sessão de autógrafos de seu livro de poesias “Cabeça nas Nuvens”, enfatizando a importância da poesia na vida das pessoas e elogiando a transformação cultural e política que Maricá experimentou sob sua liderança.

“A Flim começou como uma pequena feira de literatura e se transformou numa feira internacional. Um governo que não faz poesia não liberta. Em Maricá é a prova contrária disso. É um governo que liberta, que faz poesias e políticas públicas para as pessoas”, destacou o deputado federal.

O cantor e pianista Daniel Jobim encerrou a primeira noite de shows da Flim com uma apresentação emocionante, interpretando canções icônicas de seu avô, Tom Jobim, no estilo Bossa Nova.

A Festa Literária Internacional de Maricá (Flim) acontece até o dia 1º de outubro na Praça dos Gaviões, em Itaipuaçu, com uma programação variada que inclui palestras, debates, shows e rodas de conversa, com o cantor, compositor e imortal Gilberto Gil sendo o grande homenageado deste ano. A Flim é uma realização da Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Educação.

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