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Sumiço de estudante em São Gonçalo tem suspeitos

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A polícia já identificou dois suspeitos do desaparecimento da estudante Kethelyn Moura da Mota, 15, moradora de Inoã, em Maricá, que sumiu após ir visitar parentes na Favela da Linha, em Rio do Ouro, São Gonçalo. Um deles é conhecido como Tartaruga. Pela segunda vez em quatro dias policiais da 75ª DP (Rio do Ouro), estiveram na comunidade em busca da jovem. Várias denúncias sobre a localização do corpo chegaram à delegacia após a publicação da reportagem de O SÃO GONÇALO, que contava o drama do pai em busca do corpo da filha. 


Na manhã de segunda-feira (24), o pai, X., de 50 anos, fez questão de ir aos dois pontos que davam como certa a localização da jovem. O primeiro deles relatava que Kethelyn fora enterrada próximo a uma casamata, que é usada pelo tráfico para venda de drogas. Os agentes chegaram ao local de difícil acesso e encontraram vestígios de utilização do local, como tapetes, garfos, embalagens de biscoitos e quentinhas. 


No segundo ponto, conhecido como Sapezal, os policiais encontraram vestígios de terra revirada, por volta das 11h30. De acordo com denúncia, os traficantes teriam enterrado Kethelyn nesse ponto, e jogado vísceras de boi por cima, para que só as vísceras do animal fossem encontradas. Mas nada foi confirmado.


Segundo relato de testemunhas, a jovem foi morta com requintes de crueldade, tendo o corpo esquartejado e parte de sua orelha exibida na favela, como exemplo para aqueles que tentarem agir como X-9 (informante da polícia). 


O pai da garota, mesmo tendo certeza de sua morte, disse que sonha em encontrá-lá com vida.
“Ao mesmo tempo em que quero encontrar o corpo de minha filha para dar a ela um sepultamento digno, gostaria de encontrá-la em algum lugar, mesmo que ferida. Acho que ela já pressentia alguma coisa. Pela manhã, ela me deu esse anel que carrego comigo e pediu que eu guardasse como uma lembrança”, disse em prantos. 


Kethelyn saiu de casa por volta de 13h30. Ela estava em companhia do pai quando recebeu a ligação de um homem chamado Adriano. Na última sexta-feira, o amigo da jovem se apresentou na delegacia e negou que estivesse com a menor no momento do crime. Ele contou que encontrou com a menina num bar e logo depois ele deixou a favela. À noite quando foi a comunidade da Linha, contaram para ele que mataram a X 9, se referindo a estudante. Segundo a polícia, traficantes podem ter associado a Kethelyn uma incursão da PM ocorrida segunda-feira na comunidade, já que ela namorava um policial. 


História da Kethelyn



A estudante é a mais nova de três irmãs. Ela perdeu a convivência diária com o pai ainda pequena, quando seus pais se separaram. Na adolescência, começou a apresentar problemas de rebeldias típicas de sua idade. Foi quando o pai, que fazia questão de participar da criação das filhas, resolveu levar a jovem para morar come ele e sua nova esposa na ocasião, com quem tinha um filho de 10 anos.


A madrasta não conseguiu conviver com a menina, e optou por se separar. Foi quando o pai alugou uma casa e resolveu levar a filha para viver em Cabo Frio, Região dos Lagos, onde moram alguns parentes. Como o pai trabalhava viajando, a estudante preferiu voltar para casa da mãe e desfrutar do convívio das irmãs. Na segunda feira, dia 17 de maio, após voltar da escola onde cursava a sexta-série, Kethelyn desapareceu. 


A incursão



9h30 – Oito policiais chegam à comunidade e a ‘lei do silencio’ é estabelecida.


10h – É encontrada uma casamata, supostamente utilizada pelo tráfico. Logo depois, em uma revista na mata, vestígios dos traficantes são localizados.


11h30 – Os policiais chegam ao Sapezal, próximo a um campo de futebol, onde ela estaria enterrada.
12h – O chão começa a ser escavado.


13h30 – A operação é encerrada.

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