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Maricá terá Fórum Permanente de Prevenção às Drogas

Da Secretaria Municipal de Comunicação:


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Laura Vieira propõe ações integradas de prevenção às drogas

A Prefeitura de Maricá, através da Subsecretaria de Prevenção e Combate à Dependência Química, realizou no dia 1º de dezembro, reunião para discutir planos e estratégias de ação que já estão sendo trabalhados pelo órgão e que serão abordados no Fórum Permanente de Prevenção e Combate às Drogas, cuja primeira edição mensal foi marcada para o dia 12 de janeiro de 2011, às 10h, na Sala Multimídia do Centro de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde.

Participaram da reunião, coordenada pela subsecretária Laura Vieira da Costa, o secretário municipal de Direitos Humanos, Marcos de Dios; o superintendende de Prevenção às Drogas, Marcos Bompet; o coordenador de Saúde Mental do município, médico Alan Christi, representando a secretária de Saúde Lesirée Rejane de Figueiredo ; a coordenadora de Práticas da Saúde na Escola, professora Milena de Almeida Melo, representando o secretário de Educação Marcos Ribeiro; a conselheira Glória Maria Levy Cardoso, do Conselho Tutelar de Maricá.

Foram discutidas propostas, algumas delas já apresentadas em reunião anterior, entre elas: maior articulação entre Executivo, Legislativo e Judiciário, para criação de uma rede social que envolva secretarias afins, instituições de classe como a OAB, e a sociedade civil organizada, através das associações de moradores, igrejas, e outros, na prevenção e enfrentamento da dependência química; criação de equipe multidisciplinar para atendimento especializado a usuários de drogas, em plantão 24 horas, na 82ª DP; aulas regulares de Prevenção e Enfrentamento da Dependência Química nas escolas, conforme prevê a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB); e projetos educacionais alternativos, com adolescentes e jovens, no contra-turno escolar, como o Cine Educador, entre outros.

Alcoolismo

A conselheira Glória Maria Levy declarou que, foram registrados casos de alcoolismo e até, de coma alcoólico em meninas de 13 a 16 anos, que deram entrada no Hospital Conde Modesto Leal, com uniforme de escolas da rede pública estadual e municipal. “É preciso uma fiscalização mais rigorosa, por parte da Inspetoria de Educação, da Guarda Municipal e mesmo da Polícia Militar. Essas menores estão faltando às aulas e vão a algum bar ou evento que acontece ás terças-feiras, acompanhadas sabe-se por quem. A maioria dos casos foi registrada nesse dia da semana”, afirmou.

Tabagismo

Uma droga que ainda é tolerada pela sociedade. Mesmo com os 25% de imposto, proibição do fumo em lugares públicos fechados e o governo advertir há anos, sobre os riscos do fumo para a saúde, que chegam a estados terminais de câncer e enfisema pulmonar, perda de membros do corpo, de fetos para as gestantes e outros, o vício existe ainda em grande escala nas diversas camadas sociais. A chamada “geração saúde”, que busca a prática de esportes e boa alimentação, está modificando aos poucos a mentalidade e conscientizando com seu exemplo o anti-tabagismo. Muitos adolescentes são seduzidos pela vaidade e exibição no grupo, e acabam adquirindo o vício. O Centro de Atenção e Diagnóstico da Secretaria Municipal de Saúde de Maricá, possui um programa de anti-tabagismo, que atende centenas de pessoas.

Drogas ilícitas

A venda e uso de drogas ilícitas aumenta a cada ano, com a descoberta de drogas mais baratas e letais. Depois da maconha e cocaína (mais cara), chegou há poucos anos em Maricá, o crack (refugo de cocaína, misturado ao querozene, cal, e outros derivados) e o chamado ox, que é o sub-crack, com pedras vendidas até a R$ 1,00 e, até mesmo, a R$ 0,50. Com esse preço, os traficantes envolvem diretamente as classes mais pobres. O efeito e a dependência dessas drogas são imediatas. O delegado da 82ª DP, Dr. Marcelo Maia, entregou recentemente à Subsecretaria de Prevenção e Combate às Drogas, uma estatística baseada nos registros de ocorrência com um número de 31 usuários de drogas, entre 14 e 35 anos, detidos nos últimos meses. Já se detectou “cracolândias” em Inoã e Itaipuaçu. Outro dado é que Maricá tem apenas um grande fornecedor de drogas, em todo território.

Saúde Mental

O coordenador de Saúde Mental de Maricá, Dr. Alan Christi, ressaltou que, em outubro deste ano, foram implantados o Plano Municipal de Saúde Mental e o Programa Municipal de Saúde Mental. “Porém, precisamos urgentemente instalar o projeto terapêutico do CAPS (Centro de Atenção Psicosocial), que depende apenas do espaço físico. Formamos uma equipe médica em Saúde Mental, conseguimos dois leitos de suporte no Hospital Conde Modesto Leal, e o ambulatório SOS, porém existem recursos diretos do Ministério da Saúde para atender casos de Saúde Mental, e estamos perdendo essa oportunidade. Constatamos que 25% dos casos atendidos são provenientes de coma alcoólico, ou de co-morbidades decorrentes do álcool. Essas enfermidades afetam não só a saúde física como também a saúde mental”, declarou.

Mesma linguagem

Segundo a coordenadora Laura Vieira da Costa, “é preciso que todos falemos a mesma linguagem. Algumas ações assistenciais estão sendo realizadas, como o atendimento médico emergencial, o ambulatório de saúde mental, e o encaminhamento de dependentes químicos a centros de referência de tratamento continuado. Em relação à prevenção, temos realizado palestras e mini-cursos em escolas. É uma luta árdua, mas temos como avançar e vencer. Se unirmos os setores de Educação, Saúde, Segurança, Assistência Social e outros, temos como concentrar esforços, e captar recursos para prevenção e enfrentamento da dependência química, resgatando adolescentes e jovens do vício. Para isso, é preciso oferecer alternativas de vida àquele que faz uso contínuo do álcool ou de outras drogas. Contamos também com as parcerias importantes do AA (Alcóolicos Anônimos), Anon (Narcóticos Anônimos), e Al Anon (Familiares de Narcóticos Anônimos). A família tem de ser tratado junto, pois absorve toda a problemática do dependente, que é portador de uma enfermidade, e não é apenas um ‘vagabundo’, como é costume se pensar e dizer. O prefeito Washington Quaquá apóia o nosso trabalho, por reconhecer a importância do assunto. Somos procurados constantemente por pessoas de outros municípios. Maricá é o único município do Estado do Rio e talvez do país, que dispõe de uma Subsecretaria de Prevenção e Combate à Dependência Química”, concluiu.

Texto: Fernando Uchôa
Foto: Paulo Polônio

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