Maricá

Novos rumos para os Caminhos de Darwin

Verba de R$ 60 milhões governo estadual será destinada a melhorias na estrutura das reservas ambientais e deve atrair mais turistas para a região. Só para a Serra da Tiririca serão R$ 4 milhões para reformas
O cenário é de estradas de terra, por vezes esburacadas, margeadas por pequenas casas e estabelecimentos comerciais humildes. É uma placa que distingue quando saímos do Engenho do Mato, adentramos o Parque Estadual da Serra da Tiririca e chegamos à Estrada do Vaivém, mais conhecida como Caminhos de Darwin. O percurso foi trilhado pelo evolucionista Charles Darwin em 1832, durante uma expedição pela América Latina. Pouco visitado e com sinais de abandono, o trecho de dois quilômetros na divisa dos municípios de Niterói e Maricá ganhará um roteiro turístico.
De acordo com Carlos Minc, secretário estadual de Ambiente, o valor cotado para os investimentos virá do Fundo da Mata Atlântica e, além de dar estrutura para os parques, irá fazer com que eles realmente existam e sejam visitados.
caminho“Esses recursos irão para a construção de sedes, trilhas, guaritas e de centros de visitantes e de pesquisas. Os investimentos são fundamentais para quadruplicar, em quatro anos, o número de pessoas que visitam os parques. Nossa pretensão é fazer com que a média de visitantes, de 200 mil pessoas, passe para 800 mil”, informou o secretário Carlos Minc.
O passo inicial é a desapropriação do primeiro imóvel dentro da trilha. De acordo com o núcleo de regularização fundiária do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o antigo restaurante Verdejante terá a escritura passada para o Estado já nos próximos dez dias. A desapropriação amigável, no valor de R$ 257 mil, dispensou a ação judicial.

— O intuito de elaborarmos o plano de ocupação dos Caminhos de Darwin é antigo, mas agora temos a faca e o queijo na mão. O principal era termos as propriedades, o que estamos finalmente conseguindo — explica a gerente das unidades de conservação do Inea, Patrícia Figueiredo.
Plano de ocupação será licitado em julho

Além do Verdejante, um levantamento do Inea apontou para outros 67 imóveis que foram considerados de utilidade pública para fins de desapropriação. Referentes a estes, já foram expedidos 38 processos administrativos e ajuizadas 28 ações. A estimativa do Inea é dispensar cerca de R$ 1,5 milhão para as indenizações aos moradores que serão desapropriados. Os recursos virão de um fundo suprido por meio da lei federal n 9985/2000, que obriga empresas potencialmente poluidoras a destinarem uma quantia à regularização fundiária.

Em 2008, estudantes de Arquitetura da Universidade Federal Fluminense (UFF) participaram de um concurso para escolher os pórticos que limitariam os Caminhos de Darwin, reconhecido pela lei municipal n 2699/10. Para julho, está prevista uma licitação para a elaboração do plano de ocupação da área, que deverá custar cerca de R$ 200 mil e levar pelo menos quatro meses para ser concluído.

As ações de fato devem começar no fim do ano. O trecho ganhará uma subsede — ficará no antigo Verdejante —, placas informativas, melhorias de infraestrutura e a Casa de Darwin, que será local de exposições.

— Vamos incentivar o turismo de base comunitária, além de definir o perfil do visitante e estudar os impactos nas trilhas. Jipe e motocicletas, por exemplo, já estão proibidos — explica o chefe do parque, Fernando Matias.
[Fonte: Jornal Enter]

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