Maricá inicia campanha de vacinação contra HPV
Começou na última segunda-feira (10) a vacinação contra o vírus HPV (Human Papillomavirus), em meninas de 11 a 13 anos de idade. A campanha nacional do Ministério da Saúde será realizada até o dia 10 de abril e três mil doses foram disponibilizadas para Maricá. Ao todo, 24 postos de saúde e 19 escolas da cidade participam da campanha. Após o período, a vacinação continuará nos postos de saúde e a ação integrará o Calendário Nacional de Vacinação.
Com o tema “Cada menina é de um jeito, mas todas precisam de proteção”, a campanha será administrada em três momentos. A primeira foi iniciada nesta segunda-feira (dia 10). A segunda, seis meses depois da primeira. E a terceira, cinco anos após. De acordo com a Secretaria de Saúde, é feito um cadastro com nome, endereço e telefone das meninas imunizadas. A vacina deve ser aplicada com autorização dos pais ou responsáveis.
Na manhã de hoje, as estudantes Érica dos Santos e Caroline Rodrigues, ambas de 12 anos, foram vacinadas no Posto de Saúde Central. Acompanhada da mãe, Érica afirma ter consciência da importância da vacina. “Eu vim porque minha mãe mandou e me explicou as causas. Acho que devemos mesmo nos proteger”, disse ela. Já Caroline, que foi acompanhada da tia, contou que foi obrigada. “Me obrigaram a comparecer ao posto”, disse rindo. Sua tia Daiane Braga afirmou apoiar a campanha. “As meninas de hoje começam a ter relação sexual muito cedo e, por isso, é importante vacinar”.
A vacina contra o câncer de colo de útero previne quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, responsável atualmente por 95% dos casos de câncer no país. É o segundo tipo de tumor que mais atinge as mulheres, atrás apenas do câncer de mama. “A vacina não causa câncer, pois ela foi produzida sem o DNA viral, ou seja, sem a estrutura responsável pela multiplicação do vírus. É como se você plantasse um mamão sem as sementes. Mesmo que a terra seja fértil, não haverá germinação pelo fato de não ter sementes”, explica a ginecologista, colposcopista e subsecretária de Atenção Básica, Claudia Rogéria de Lima Souza.
Postos de vacinação
A Secretaria de Saúde informa que quatro escolas da rede municipal – Darcy Ribeiro e Professor Robson Lôu, em Inoã; Ministro Luis Sparano, Spar; e Vereador Osdevaldo da Matta, em Santa Paula – oferecerem as vacinas durante toda a campanha. Nas demais, um calendário foi montado com dias pré-determinados. Em cada escola, haverá uma equipe com um enfermeiro e dois técnicos de enfermagem. O atendimento será realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
Curiosidade sobre a doença
O câncer de colo de útero está associado à infecção pelo HPV. Uma das maneiras de se contaminar com o vírus é através da relação sexual. O HPV é capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de 150 tipos. Do total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos.
Reciclagem
Para a realização da campanha de vacinação contra o HPV (papilomavírus humano) em Maricá, na última sexta-feira (dia 07), enfermeiros da rede pública de saúde participaram de uma reciclagem, na Associação Médica do município. Na ocasião, a ginecologista, colposcopista e subsecretária de Atenção Básica, Claudia Rogéria de Lima Souza, palestrou sobre o assunto e orientou os profissionais presentes. “A vacina quadrivalente pode ser administrada em lactantes (mulheres em fase de amamentação). As meninas que já tiveram contato com HPV também podem ser vacinadas. Mesmo após a vacinação é necessário o uso de camisinha, pois há muitas outras doenças sexualmente transmissíveis”, insistiu.
Claudia ainda chama a atenção para as contraindicações. “Gestantes não podem ser vacinadas. Também é contraindicado em pessoas com hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer um dos excipientes da vacina (sulfato de hidroxifosfato de alumínio amorfo), ou seja, para quem tem alergia aguda a esse componente e para quem tem hipersensibilidade imediata grave à levedura (fungos)”.
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