Maricá avança em saúde e educação de acordo com estudo da FIRJAN
Na edição deste ano do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que analisa dados de 2011, Maricá ocupa a 48ª posição no ranking estadual de 92 municípios, com índice 0,67. A cidade se destacou pelo resultado geral devido ao crescimento no desempenho em saúde, que é de 0,76, e educação, 0,72. Em entrevista para o jornal O Fluminense, o especialista em desenvolvimento econômico da Firjan Jonathas Goulart comentou o avanço da cidade nas áreas essenciais para a população.
“O que nós percebemos em Maricá são sucessíveis melhoras nas vertentes estruturais de educação e saúde. Saúde, com uma nota de 0,76 já tem se aproximado do alto desenvolvimento. Para se ter uma ideia, essa vertente apresentou um crescimento de 4% frente ao ano anterior. Na variável educação, está com um patamar um pouco abaixo, 0,72, mas mesmo assim também percebemos uma evolução considerável. Por isso, Maricá consegue posições melhores do que municípios que se destacam em emprego e renda. Nas vertentes educação e saúde ela tem um desempenho bom. A posição dela é um pouco mais baixa porque o seu mercado de trabalho formal não é desenvolvido suficiente a ponto de gerar um mercado para toda sua população que acaba trabalhando nos municípios vizinhos”, afirma Jonathas Goulart, citando aquela que é uma das principais preocupações da atual gestão: um desenvolvimento sustentável com geração de emprego e renda.
Para a conclusão do estudo, na área da Saúde, foram avaliados os números de consultas de pré-natal; os óbitos registrados por causas mal definidas; a quantidade de óbitos infantis por causas consideradas evitáveis; e ainda internação sensível à atenção básica (ISAB). A secretária Fernanda Spitz, que na época era coordenadora dos programas de vigilância epidemiológica e imunização, lembra que diferentes ações foram executadas, como a implantação do Núcleo de Vigilância Hospitalar, com ênfase na investigação e análise de óbitos, além do reforço do Comitê de Prevenção da Mortalidade Materno Infantil e do acompanhamento do pré-natal na atenção básica.
“Em 2011, ainda ampliamos a cobertura vacinal do município, diminuindo a incidência das doenças imunopreveníveis, principalmente as respiratórias (principal causa de morte no país). Fortalecemos o grupo de gestantes, implantamos o acompanhamento nutricional, reduzindo a desnutrição infantil (segunda maior causa de morte no país). Além disso, ampliamos o olhar da educação em saúde com treinamentos frequentes dos profissionais da rede, coordenados pelo Gilson Andrade em parceria com todos os programas da ABS”, exemplifica ela. “É uma enorme satisfação verificar o crescimento de 4% da saúde, pois retrata o excelente trabalho realizado pelos setores da secretaria. Hoje, como gestora da Saúde do município, não posso deixar de agradecer a todos os profissionais que militaram para alcançarmos esse resultado”, conclui.
Em Educação, as variáveis levadas em consideração foram as taxas de matrícula na educação infantil; de abandono escolar; e de distorção idade-série no ensino fundamental, além do percentual de docentes com ensino superior; da média de horas-aula diárias; e do resultado do IDEB. O vice-prefeito Marcos Ribeiro, que em 2011 era secretário municipal de Educação de Maricá, acredita que o resultado positivo se torna mais expressivo quando se observa que até 2008 não havia nenhuma creche pública no município. “Hoje, esse número cresceu e já se contabiliza dez unidades. Além disso, há uma política constante de valorização do magistério que culminou, este ano, com um reajuste de 20% para os professores”, analisa.
Já na etapa de Emprego & Renda do estudo foram considerados as variáveis da geração de emprego formal; absorção da mão de obra local; geração de renda formal; salários médios do emprego formal; e desigualdade. Para melhorar o desenvolvimento na área, iniciativas estão sendo tomadas, inclusive com base nos novos investimentos que chegam à cidade, como o Porto de Jaconé. “Para responder às políticas de desenvolvimento na perspectiva da instalação de novos negócios, estamos direcionando o plano de metas para a imediata formação de trabalhadores em diversas áreas. Firmamos entendimentos com o Senai, Sebrae e Senat, na oferta de cursos de qualificação profissional”, ressalta a secretária municipal de Trabalho e Emprego, Fátima Pacheco.
Esse ano, em parceria com o Sebrae, mais de 100 empreendedores individuais de Itaipuaçu foram formados. Com o Senat, a Prefeitura planeja a abertura de turmas para motoristas de grandes veículos (caminhões, ônibus, vans e ambulâncias), além de cursos de Soldador MIG/MAG, Instalador de Tubulações Industriais, Montador de Estruturas Metálicas, Assistente de Operações em Logística Portuária, Maçariqueiro, Auxiliar de Padaria e Confeitaria, Operador de Computador e Costureiro de Vestuário, dentre outros. “Nessa perspectiva, a secretaria está adaptando galpões no bairro Flamengo e no distrito de Itaipuaçu para funcionarem como escola do Senai. A Prefeitura também articulou caminhões-escola do Senai para o distrito de Inoã, sendo uma carreta Unidade Móvel de Panificação (padeiro e confeiteiro) e uma Carreta Unidade Móvel de Soldagem (Soldador de Aço Carbono: MAG 6G, Eletrodo Revestido 6G, TIG 6G e Arame Tubular 6G)”, completa a secretária.
Para realizar o estudo, criado em 2008, a FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) estipula quatro categorias de desenvolvimento em cada item avaliado: baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1). O índice é realizado anualmente para acompanhar a evolução dos 5.565 municípios brasileiros. Dos 92 municípios fluminenses, 83 apresentaram desenvolvimento moderado ou alto.