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Maricá apresenta projeto para instalar recifes artificiais no litoral

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Por encomenda do prefeito de Maricá, Washington Quaquá, engenheiros elaboraram um projeto para a instalação de recifes artificiais no litoral da cidade para tornar as praias mais atrativas turisticamente, principalmente para a prática de esportes na água, como o surf.

Os engenheiros Luiz Guilherme de Aguiar e Maurício de Andrade apresentaram nesta quinta-feira (24/07), no auditório do Centro de Artes e Esportes Unificados (Ceu), no Centro, o projeto  do Recife Artificial de Maricá.  Luiz Guilherme, que é doutorando em Engenharia Oceânica pela Universidade de Lisboa, e Maurício, que dirige a empresa Arrecifes Artificiais Multifuncionais (Aram), são surfistas e já haviam mostrado, ano passado, o estudo que desenvolvem há quase dez anos dentro da Coordenação de Projetos de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ). A pesquisa é voltada para a criação de estruturas móveis baseados em modelos matemáticos precisos, capazes de proporcionar a prática do surf em ondas perfeitas tanto quanto melhorar as condições de balneabilidade.

os engenheiros fizeram o detalhamento do litoral maricaense para a instalação de pelo menos duas plataformas metálicas. Estas terão como padrão Pipeline, em Oahu (Havaí), considerado o melhor tubo do mundo.  O estudo também definiu um modelo para a estrutura adaptado às condições especiais da orla e a localização geográfica ideal para maximizar as ondas, que em Maricá predominantemente são de Sudoeste, Sul e Sudeste. O projeto é pioneiro no país e no mundo, já que as iniciativas existentes se baseiam no uso de sacos de areia e outros materiais deformáveis – o que, segundo os pesquisadores, reduz sua eficácia.

De acordo com Luiz Guilherme, a primeira plataforma de Maricá será um casco metálico de aço, com tanques internos para lastro e/ou flutuação, medindo 84 metros de comprimento (distância transversal à praia), 64 metros de largura (paralela à praia) e 2,5 metros de altura. A inclinação da rampa – o fator-chave para modelar a onda – deverá ser de 4,6°. Os surfistas terão uma extensão máxima aproximada de 100 metros, para cada lado da estrutura, para realizar as manobras e uma lâmina d´água média de 50 cm, podendo chegar até a 1,5 metros. “A plataforma Arena ficará submersa e ancorada pelo próprio peso no fundo a 60 metros da praia e poderá gerar ondas perfeitas praticamente o ano todo”, descreveu Luiz.

De acordo com o estudo, o local mais indicado para que a peça (semelhante a um casco emborcado) fique é em frente à Rua 5, em Barra de Maricá. “Os levantamentos mostraram que nesse ponto a energia das ondas é a maior”, acrescentou o engenheiro. Além desse ponto, outros quatro locais apareceram nas pesquisas e poderão ser igualmente aproveitados: Rua 93, Restinga,  Rua Zero e Itaipuaçu.  A realização de torneios de alto nível é um dos grandes atrativos turísticos e esportivos do projeto. Segundo Maurício Andrade, o turismo do surf é uma indústria muito forte. “Movimenta em torno de US$ 7 bilhões por ano em todo o mundo”, afirmou. “Trata-se de um litoral bonito de ver, mas difícil de usar. O projeto é também uma oportunidade fantástica para que as praias possam ser melhor aproveitadas por todos”, acrescentou o professor da Coppe e especialista em Engenharia Costeira, Paulo Rosman, presente à apresentação.

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