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Maricá: Saúde inicia projeto destinado a pacientes hipertensos

Amanda Neto (edição: Marcelo Ambrosio) | Foto: Clarildo Menezes

A Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde Maricá, por meio do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) iniciou, nesta segunda-feira (12/01), o projeto Acupuntura para Doenças Crônicas Não Transmissíveis, financiado pelo Ministério da Ciência e tecnologia. O projeto, realizado das 8h30 às 16h30, no posto de Saúde de Ponta Grossa, não é emergencial e faz uso de terapia de acupuntura a laser. 

Qualquer morador do município pode participar. Vale destacar que o projeto é destinado a pessoas hipertensas, que façam uso de medicamentos, mas mesmo assim não conseguem manter a pressão em limites inferiores a 14×9. No dia 20 de janeiro, também a partir das 8h30, o projeto será iniciado no posto  de Saúde de São José. Para participar, é necessário agendar pelo e mailpesquisaacupunturamarica@hotmail.com ou ir diretamente às unidades de saúde de Ponta Grossa ou São José. A chamada será por ordem de inscrição. Na ocasião, o paciente precisará levar a última receita médica e o documento de identidade. Os pesquisadores farão uma avaliação para identificar se a pessoa pode ou não realizar o procedimento (acupuntura sem agulhas associada ao uso de medicamentos já prescritos pelo médico).

O primeiro atendimento é dividido em três etapas. O paciente é medido, pesado e tem a pressão arterial verificada. O segundo momento é a entrevista. No último há a aplicação da acupuntura a laser. Todo o atendimento leva cerca de uma hora. Nos demais encontros o atendimento será de aproximadamente meia hora, pois o paciente irá direto para o procedimento de  acupuntura. “A ideia com esse tipo de tratamento é criar uma cultura de tratamento personalizado, de forma a fazer com que a população chegue e saia bem atendida. Como não queremos quantidade e sim qualidade, não são feitos muitos agendamentos”, declara Raphael Dias, coordenador do NASF em Maricá, assistente da pesquisa e doutorando em enfermagem pela UFRJ. Para ele, o objetivo maior é auxiliar o medicamento que a pessoa já faz uso no controle da pressão. 

Durante o tratamento haverá monitoramento da pressão para que no final se possa verificar se houve redução com a intervenção da acupuntura associada ao medicamento ou se a técnica não teve resposta para o paciente. Serão seis encontros iniciais. “A partir do sexto atendimento começaremos a programar outras atividades que possam servir como terapia complementar”, explica Raphael. 

Ainda segundo o coordenador, a acupuntura é realizada através do aparelho Cosmotron, que não causa dor, não traz choque ou sensação que cause desconforto ao paciente. “Ele é um laser de luz branca, de baixa intensidade, não agride a pele, nem aos tecidos e não tem contraindicação. É extremamente seguro”, afirma Raphael, que ainda comenta a diferença para a acupuntura feita com agulhas. Segundo ele, a agulha oferece a sensação de dor, pois provoca estímulo doloroso no ponto onde está inserida. “O laser não é assim”, diferencia Raphael. E foi exatamente isso que chamou a atenção de Neusa da Silva de Oliveira, de 52 anos. Ela relata ser hipertensa, tomar medicamento e fazer tratamento com cardiologista. “Eu tenho pavor de injeção e de agulha. Como esse tratamento não faz uso de agulha eu vim. Estou gostando muito. As pessoas são simpáticas e atenciosas”. Além de Maricá outros dois centros de pesquisa deram início ao projeto: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

O coordenador do NASF faz um convite à população. “Venham participar do projeto. Nosso objetivo é apresentar uma forma complementar de tratamento e não substituir o tratamento medicamentoso. Queremos fornecer mais um método para auxiliar no controle da pressão arterial. Nossa intenção é ainda neste ano, utilizar esse tratamento também para pacientes diabéticos. Com a demonstração da eficácia desse tratamento, desejamos incorporar ao longo dos próximos meses, a técnica da acupuntura a lazer, como uma atividade do NASF”, acrescenta. A psicóloga do Programa, Maria Cristina de Paula Lopes fala da importância das atividades realizadas pelo programa. “A prioridade do NASF são práticas alternativas e complementares. Temos auriculoterapia, ioga, alongamento postural e acupuntura, por exemplo. Nosso objetivo principal é além de cuidar, proporcionar qualidade de atendimento”, destaca Maria Cristina.

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