Maricá: “Roda Cultural” homenageia jovens do MCMV de Itaipuaçu
Não teve batalha, não teve rima, não teve disputa. A “Roda Cultural”, iniciativa da Secretaria de Cultura, com apoio da Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher, realizada na noite da última terça-feira (26/03), na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro, reuniu jovens de todos os cantos de Maricá para uma intimista, porém emocionante homenagem aos cinco jovens assassinados no último domingo (25/03) no Residencial Carlos Marighella (condomínio do Minha Casa Minha Vida), em Itaipuaçu.
Para os parentes e amigos, presentes no evento, os jovens – Matheus Bittencourt (18 anos); Matheus Baraúna (16 anos); Marco Jhonata (17 anos); Patrik Diniz (17 anos) e Sávio Oliveira (20 anos) – jamais serão esquecidos e os seus projetos com o Hip-hop continuarão vivos. Inclusive, o evento anteriormente chamado de “Roda Cultural Darcy Ribeiro”, passa a partir desta edição a se chamar “Roda Cultural Sávio de Oliveira” em homenagem a uma das vítimas.
“O Sávio era um dos organizadores das rodas de hip-hop desse projeto que tem como principal objetivo proporcionar lazer, cultura e conscientização para os jovens de Maricá. Ele era uma referência e um grande incentivador do movimento do Hip-hop na cidade, inclusive ensinando crianças a dançar e rimar”, afirmou Matheus Coutinho, funcionário da Secretaria de Direitos Humanos e coordenador do evento. “Nosso ato hoje é espontâneo. Nossa intenção é unicamente homenagear esses cinco irmãos e dizer que suas vozes não serão caladas”, garantiu Matheus Coutinho, visivelmente emocionado.
A secretária de Cultura, Andréa Cunha, contou que conhecia e acompanhava o trabalho de algumas das vitimas homenageadas no evento e revelou que alguns dos rapazes, entre eles Sávio Oliveira, estavam de viagem marcada para Brasília, onde fariam nesta terça-feira (27) uma apresentação de Hip-hop.
“Eu sou totalmente solidária a esse movimento espontâneo da garotada de vir aqui para praça que é um lugar que há anos é uma referência desse encontro do movimento Hip-Hop e que a Prefeitura vem apoiando e promovendo a Roda Cultural, ou como eles chamam a Roda de Rima”, disse Andréa Cunha. “Esse é um ato artístico, pois esses garotos eram artistas e deixaram um legado. Três deles estavam de viagem marcada para uma apresentação de roda de rima em Brasília e infelizmente esse sonho foi interrompido”, lamentou. “O que podemos garantir é que continuaremos a promover e incentivar manifestações culturais no município e a Prefeitura continuará a levar seus projetos para toda a cidade, mas principalmente, como já tem feito, para os condomínios do Minha Casa Minha vida, tanto de Itaipuaçu quanto o de Inoã. Seja através do teatro itinerante, do cinema itinerante ou de muitos outros projetos”, prometeu a secretária.
Carlos Eduardo, que já morou no residencial de Itaipuaçu e que atualmente mora na cidade de São Gonçalo afirmou que três das vitimas eram muito próximas e lamentou profundamente o ocorrido. “É um misto de luto e revolta pela forma brutal que tiraram a vida de cinco pessoas, em particular, para mim, de três dos meus irmãos”, frisou Carlos, de 20 anos. “O que eu quero e peço é que os projetos do meu irmão, Sávio, não sejam abandonados e que a Prefeitura de Maricá continue apoiando, promovendo e incentivando projetos diversificados para os jovens na cidade”, pediu Carlos.
