Campeonato maricaense de Kung Fu movimenta a cidade
O VIII Campeonato Maricaense de Kung Fu, organizado pela Associação Shaolin Kung Fu Garra de Águia de Maricá com o apoio da Prefeitura através das secretarias de Cultura e Educação, reuniu atletas atendidos em unidades do projeto e escolas municipais no último domingo (23/09), na quadra da Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro (Inoã). O evento contou com a presença do presidente da confederação, Grão mestre Li Wing Kay, da equipe de Teresópolis e do campeão latino-americano de boxe, o maricaense, Rafael Garcia. Durante a solenidade, reverências foram feitas ao Brasil e à China. Houve também entrega de honrarias, apresentação de dança do leão e combates individuais.
No Brasil há 48 anos, o Grão mestre Li Wing Kay é um dos pioneiros em kung Fu. “Fico contente em ver que a semente que está sendo plantada nessa cidade está sendo reconhecida pelos jovens, familiares e autoridades. Isso é muito importante para a cultura milenar da China. O kung fu ensina o equilíbrio físico e mental. Independente dos resultados, vocês todos saem daqui vencedores. Lembrem-se que o adversário de vocês não é a outra pessoa com quem vocês vão lutar, mas vocês mesmos”, disse o Grão mestre.
“O kung Fu visa você oferecer o que aprendeu de uma forma social, mas eu dependo desse suporte da prefeitura e agradeço por todo apoio recebido sempre, mas acredito que os próximos eventos tendem a melhorar cada vez mais. No kung Fu aprendemos a não estar satisfeitos com uma nota 9, mas em buscar o 10. Essa arte marcial está sendo realizada no contraturno de muitas escolas da rede municipal com o Mais Educação e não ensina só luta, mas também respeito, lealdade e disciplina, porque ele vem do militarismo, então os alunos são ensinados a se comportar diante das autoridades. A formação do caráter deles é muito importante”, frisou o mestre Paulo Salles.
Diretora da EM Darcy Ribeiro, Cátia Oliveira garantiu que enquanto estiver à frente da unidade, as portas estarão sempre abertas para a realização de eventos como esse. “O Kung fu une disciplina, respeito e beleza. Vi um mestre chamando a atenção de um dos alunos que o atendeu na mesma hora. Isso para mim é um sonho”, brincou. Praticando Kung Fu há apenas um mês, Elaine Siqueira e Taís Falera, ambas de 24 anos, falaram sobre a mudança de suas vidas. “Fisicamente nós não fazíamos nada. Além disso, o projeto ajudou as crianças a terem disciplina nos estudos”, pontuou Elaine. “É muito bom fazer esporte. É bom para os jovens e já ajudou muitas pessoas a largarem o vício das drogas”, completou Taís.
Mestre de Teresópolis, Walbert Graça, estava acompanhado de 12 atletas. “O campeonato é importante não só para que os atletas interajam com os atletas de outras cidades, mas também para que acabem se auto-avaliando. Muitas vezes é nessa hora que eles percebem que estão mal e aproveitam para se espelhar em alguém que esteja melhor para se superar” ponderou. Segundo o visitante, vale a pena praticar o Kung Fu pelos seguintes motivos. “Ele ajuda muito na concentração, percepção, coordenação motora, calcifica os ossos e ajuda na parte de convivência social. Nós trabalhamos com muitos jovens que são desacreditados pela sociedade e até mesmo pela própria família, então nós reanimamos esse jovem com o kung fu, acreditando nele”, esclareceu.
Morador de Teresópolis, Ari Moraes (58 anos) parabenizou a prefeitura por ter apoiado o evento. “Além de trazer equipes de todo o estado do Rio de Janeiro, este campeonato ajuda na formação do jovem, dando disciplina e ajudando mentalmente. O esporte é fundamental como elemento importante do desenvolvimento do ser humano, da juventude. Uma opção fantástica que tem que ser cada vez mais valorizada”, concluiu.