RJ investiga caso de paciente com suspeita de peste bubônica em São Gonçalo
Reportagem: TV Globo/G1
A direção do Hospital Luiz Palmier (HLP) suspeita que um de seus pacientes esteja diagnosticado com peste bubônica. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (9) pela secretaria municipal de São Gonçalo, cidade da Região Metropolitana do Rio.
A suspeita da doença surgiu após a realização de um exame de microbiologia feito na unidade hospitalar. Apesar do resultado, o paciente não apresenta o quadro da doença.
De acordo com a secretaria de saúde, o material biológico da pessoa foi encaminhado para o Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen) já que o diagnóstico não foi confirmado.
A Secretaria estadual de Saúde confirmou ao G1 que o material biológico foi recebido pelo Lacen e irá passar por uma nova avaliação. Após a realização dos novos exames, serão encaminhados para a Fiocruz para ter um laudo conclusivo.
O resultado dos novos testes ainda não foi divulgado. Ainda assim, todas as medidas de precaução foram tomadas pelas equipes do HLP.
‘Doença grave, mas tratamento simples’, diz especialista
O G1 entrou em contato com um especialista no assunto para saber detalhes da doença considerada incomum atualmente. O presidente do Cremerj, Sylvio Provenzano, afirmou que a contaminação é feita através de animais.
“Peste bubônica é uma doença causada por uma bactéria, conhecida como Yersinea pestis. Ela é transmitida pela picada da pulga. A pulga infecta roedores, que nos transmite a doença. Peste bubônica causa um aumento dos gânglios linfáticos, geralmente na região do pescoço. Eles aumentam de tamanho e dão pus. Quando colhemos esse material, podemos diagnosticar a doença”, disse.
Provenzano afirmou ainda que o tratamento é simples, mas é necessário que o diagnóstico seja feito rapidamente.
“É uma doença que tem tratamento. Na minha opinião, é mais fácil tratar esse tipo de doença do que uma dengue hemorrágica. Essa peste, tem tratamento específico. É necessário fazer o isolamento e tratar com antibióticos. Mas se o diagnóstico não for feito, o risco é alto de morrer. É uma doença grave”, disse o médico.
“O último caso descrito aqui no Brasil foi em 2005, os focos da doença no Brasil são em dois lugares: Ceará e Teresópolis. Este é um tipo de doença com notificação compulsória, se for confirmado, todas as secretarias e o Ministério da Saúde são notificados. Isso é necessário para que medidas sejam adotadas para que o número de caso seja controlado”, completou.