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Maricá sedia pela terceira vez consecutiva o Brasileiro de Tiro com Arco

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Um total de 176 atletas de 32 clubes de vários estados participam do 45º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco realizado na sede da Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTarco), em Itapeba, com apoio da Secretaria municipal de Esporte e Lazer. Na competição, que seguirá até o próximo domingo (17/11), são disputadas as modalidades recurvo, composto e barebow.

“Essa é a terceira vez consecutiva que a cidade sedia o campeonato brasileiro, graças à excelência da estrutura daqui mantida em grande parceria e incentivo do poder público municipal. Essa edição é a maior da história”, ressaltou o presidente da Federação de Tiro com Arco do Rio de Janeiro, João Cruz.

Em seu primeiro campeonato pela categoria adulta modalidade recurvo, Matheus Lima, de 16 anos, é morador do Parque Nanci e cria do projeto realizado pela Prefeitura em parceria com o CBTarco. “Há dois anos, confesso que não queria vir pra cá. Minha mãe me inscreveu para largar um pouco o vídeo game e então comecei a frequentar as aulas. Hoje, o tiro com arco é minha vida. Darei meu máximo para chegar às finais, principalmente, por estar num campeonato realizado na minha cidade”, destacou. Para Matheus, o ingrediente fundamental para um bom arqueiro é a preparação física. “Passo todos meus dias treinando na confederação ou fazendo musculação. O equipamento é pesado então é necessário ter muita força e resistência”, ressaltou.

Outra cria do projeto municipal, Ane Marcelle Gomes dos Santos, de 25 anos, é uma das grandes promessas do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020, destacando que na Rio2016 foi a arqueira brasileira mais bem posicionada, conquistando a nona posição. Para ela, competir em casa é bem mais tenso. “Prefiro disputar nas Olimpíadas que aqui. É um misto de emoção. Tem mais cobrança e também a presença da nossa família faz com que a gente queira fazer mais bonito, então acaba rolando o nervosismo, que atrapalha no momento do tiro”, frisou.

Ane pratica Tiro com Arco há 10 anos e falou como o esporte surgiu em sua vida de forma. “Nunca tinha ouvido falar em Tiro com Arco e nem me imaginava ser arqueira profissional. Um dia, vim pegar meu irmão, que na época treinava, e me interessei. Hoje considero o esporte a minha vida que me possibilitou conhecer lugares que jamais teria condições de ir como a China, Coreia e Turquia”, de comprar um terreno e construir a casa da minha mãe e ter meu carro”, declarou a atleta que está com foco total na disputa do Pan-Americano que será realizado em janeiro no México.

“Lá buscarei vaga para as próximas Olimpíadas, então estou treinando pesado aqui na confederação, faço Crossfit e ainda curso faculdade de Educação Física. Num treino normal fazemos uma média de 400 tiros com o equipamento que pesa em torno de cinco quilos. Então, meu treinamento físico tem que ser focado em força e resistência”, ressaltou Ane.

Quem também participa do campeonato é o índio Gustavo Paulino dos Santos (Ywytu, seu nome indígena), de 23 anos, da tribo Karapâra de Manaus. Praticante de Tiro com Arco há cinco anos, Gustavo disse que começou por curiosidade. “Era um lazer que virou trabalho. Não imaginava chegar e alcançar tudo que já conquistei”, disse o atleta que é medalha de prata do Pan-Americano da Costa Rica, em 2017, e medalha de prata nos Jogos Sul-Americanos, na Bolívia, em 2018. Para ele, o espaço de treinamento de Maricá é de excelência. “No Brasil, considero essa como a melhor estrutura para competições. Em outros lugares, os espaços são adaptados. O lugar é lindo e de grande funcionalidade para nós atletas”, concluiu.

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