Faltam vontade política e fiscalização para garantir gás de cozinha a preço justo para a população, afirma a FUP
Federação e seus sindicatos promoveram campanhas durante a greve dos petroleiros que explicaram à população que o botijão de GLP pode ser vendido em torno de R$ 40 com ganhos menores para Petrobrás, importadoras, distribuidoras e revendedoras ou com algum subsídio do governo federal.
Rio de Janeiro, 8 de abril de 2020 – Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos, o alto preço de botijões de gás de cozinha, como apontou a matéria “Gás de cozinha ignora desvalorização do barril de petróleo e já custa até R$ 115”, de Fernanda Nunes, em O Estado de São Paulo nesta quarta-feira (8/4), mostra mais que o abuso e a má fé de revendedores em tempos de pandemia da Covid-19. A disparada dos preços na contramão da queda brutal da cotação internacional do petróleo e mesmo dos valores de outros combustíveis, como gasolina e óleo diesel, no mercado brasileiro, reflete a incapacidade do governo federal em garantir à população de mais baixa renda acesso a um produto essencial a preços mais baixos, justamente num momento de crise econômica e redução dos recursos financeiros das famílias.
“Os preços já eram altos antes da pandemia, por causa da estratégia da atual gestão da Petrobrás de privilegiar apenas seus acionistas e deixar de lado a função social que historicamente exerceu. Some-se a isso agora, neste momento de crise, a incompetência do governo federal em garantir às pessoas que mais vêm sofrendo um mínimo de dignidade para superar este momento tão difícil para todos. Falta vontade política de fazer e falta fiscalização do poder público para impedir abusos como esses que estão sendo registrados”, afirma o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel.
Durante a greve dos petroleiros, em fevereiro, a FUP e seus sindicatos promoveram ações nas quais o preço médio cobrado pelo botijão de gás de cozinha foi de R$ 40. A campanha do preço justo, além de beneficiar a população com um produto mais barato, mostrou que é possível vender o GLP a esse preço com ganhos para as distribuidoras e os revendedores de gás de cozinha e os cofres públicos. E mesmo sugerindo redução da margem de lucro da Petrobrás ou subsídio por parte do governo federal, a proposta mostra que o GLP representa menos que 5% da receita bruta da companhia com a venda de combustíveis, o que não impactaria significativamente seus ganhos.