Maricá: Quem paga para você andar no ‘vermelhinho’?
Os ônibus da Empresa Pública de Transportes (EPT) de Maricá agora estão circulando na cidade toda. Antiga promessa de campanha do prefeito Fabiano Horta (PT), os ‘vermelhinhos’ por toda Maricá circulam sem cobrar tarifa dos passageiros, permitindo que moradores e visitantes possam circular na cidade sem pagar passagem.
O projeto é exemplo para outros municípios e foi utilizado na última campanha eleitoral como plataforma para candidatos de outras cidades, como em São Gonçalo e Itaboraí, municípios vizinhos à Maricá.
Mas, afinal, quem paga pelos ônibus vermelhinhos? Afinal, toda estrutura, manutenção, combustível, funcionários, etc, tem um custo alto.
A Prefeitura de Maricá, através da Empresa Pública de Transportes (EPT), utiliza recursos públicos, a maioria proveniente dos royalties de petróleo, para custear o funcionamento do sistema ‘gratuito’ de transportes. Somente no ano de 2020, quando a EPT operava apenas as linhas do primeiro e segundo distrito, o gasto total foi de R$32,5 milhões.
Em 2021, com a ampliação do sistema de transporte tarifa zero para todos os distritos, como Itaipuaçu e Inoã, a Prefeitura de Maricá deverá gastar pelo menos o dobro este valor. Essa estimativa se dá devido ao aumento no número de passageiros transportados, já que os distritos de Itaipuaçu e Inoã são mais populosos do que o distrito de Ponta Negra.
Duas empresas privadas operam o sistema do transporte da EPT em Maricá: Viação Nossa Senhora do Amparo e a empresa FIEL. A ‘Amparo’ é a empresa do município que detinha a concessão para operar as linhas para Inoã e Itaipuaçu. Agora, sem a concessão, a ‘Amparo’ venceu a licitação e opera as linhas para os distritos de Ponta Negra e para Itapuaçu, já a empresa FIEL opera as linhas para o distrito de Inoã.
O transporte ajuda na economia das famílias que mais necessitam, já que agora é possível circular gratuitamente pelo município. O cidadão que antes se privava de uma atividade no Centro, por exemplo, devido ao custo com o transporte, agora pode exercer alguma atividade mais distante utilizando do sistema de transporte ‘gratuito’.
Em resumo, o cidadão paga indiretamente pelo serviço, seja com impostos municipais como IPTU, ISSQN, ITBI, entre outros, ou com os gastos utilizando os royalties de petróleo, já que Maricá é o município do Brasil que mais recebe royalties devido às reservas do pré-sal. Somente em 2020, Maricá recebeu o valor de R$2,3 bilhões de royalties, valor utilizado para obras, distribuição de renda através do Renda Básica da Cidadania (Cartão Mumbuca) e do PAT, transporte gratuito, entre outros investimentos.