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Recenseador do IBGE é recebido a tiros por morador armado em Maricá

Diversos casos de agressões a recenseadores do IBGE vem sendo registrados em todo o país. Em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, é a segunda vez que Fabiano dos Santos precisou procurar a delegacia da cidade.

De acordo com o funcionário do IBGE, no dia 22 de novembro, um morador do bairro Jacaroá mandou ele “meter o pé” da frente da casa e logo depois deu cinco tiros para afastar o rapaz do local.

Fabiano conta que tocou na casa e se identificou, mas que o morador atendeu pela janela e que, enquanto anotava no aparelho que houve recusa do morador em participar da pesquisa, o homem abriu a porta da casa armado e o ameaçou.


“Eu vi ele saindo da porta da casa dele com a arma na mão e eu já sai desesperado, gritando, correndo. E ele ‘sai da frente da minha casa se não eu vou atirar em você’. E aí eu virei as costas, porque a primeira coisa que eu pensei ‘eu vou correr, eu vou sair daqui’, e ele atirando, atirando, atirando”, disse Fabiano.

O recenseador contou que uma mulher que estava próximo a lagoa escutou os tiros e ofereceu ajuda. Ela o levou até o Ciep onde funciona a sede do IBGE. Fabiano disse que relatou o caso aos superiores, e que pediu para que alguém o acompanhasse até a delegacia, mas que nenhum funcionário do IBGE quis acompanhá-lo.

“Os únicos contatos que fizeram comigo, foi somente cobrando produção dos dias em que eu não fui trabalhar”, diz o agente.

Em nota, o IBGE disse que repudia qualquer tipo de violência contra seus funcionários e que prestaram suporte a Fabiano.

“O IBGE repudia qualquer tipo de violência. Houve um caso em Maricá, o recenseador foi à delegacia e foi registrado o Boletim de Ocorrência, conforme orientação do IBGE. Os supervisores deram todo o suporte, inclusive trocaram a área de trabalho do recenseador.”

Após nota do IBGE, o g1 voltou a ouvir Fabiano que disse não ter ocorrido troca de área de trabalho e negou ter recebido suporte do instituto. Ele relatou ainda que foi desligado da função.

O g1 voltou a questionar o IBGE sobre a falta de amparo e a motivação do desligamento, e aguarda retorno para atualização desta reportagem.

Fabiano disse ainda que procurou a delegacia no dia seguinte ao ocorrido e que não teve o atendimento que esperava. Ele explica que o inspetor disse que nada poderia fazer, já que o recenseador não viu de onde os tiros vieram, uma vez que ele correu do local.

“Ele disse que mesmo eu vendo que a pessoa saiu armada de dentro da casa dele, não seria o suficiente para provar que foi ele que atirou, pois, palavras dele, ‘O Rio de Janeiro é muito violento e pode ter sido coincidência e os tiros terem vindo de outro lugar'”, contou o agente.

A assessoria de comunicação da Polícia Civil também foi procurada pelo g1, pediu o número do registro de ocorrência, mas, até a publicação desta reportagem, não se manifestou sobre o caso.

Essa é a segunda vez que Fabiano é vítima de agressões trabalhando como recenseador. Em agosto, fazendo a pesquisa em Itaipuaçu, o agente contou que foi chamado de “macaco” por um morador que não quis responder as perguntas do IBGE.

Reportagem: G1

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