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Maricá inicia reassentamento de aldeia indígena Guarani

Vale destacar que esse assentamento não será para os indígenas que vivem hoje na Restinga de Maricá

A Prefeitura de Maricá deu início nesta terça-feira (18/04) ao reassentamento da aldeia indígena Céu Azul (Tekoa Ara Hovy), da etnia Guarani, em área cedida no bairro Espraiado que se tornará a primeira reserva indígena municipal. A iniciativa marca as comemorações pelo Dia dos Povos Indígenas, celebrado nessa quarta-feira (19/04), e reuniu representantes das secretarias de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher e de Agricultura, Pecuária e Pesca, da autarquia Serviços de Obras (Somar), além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Defensoria Pública da União.

A aldeia terá 13 ocas e será construída por funcionários da Somar em parceria com os indígenas, que aplicarão técnicas próprias e culturais. A previsão é de que a obra seja concluída até o fim deste ano.

“Estamos devolvendo as terras aos povos originários e essa é uma reparação histórica. Passamos por todas as etapas do processo de regularização ambiental e agora estamos dando início às construções. Nós somos apenas instrumentos de transformação da sociedade, legitimando o espaço dos indígenas. É importante ressaltar que estamos trabalhando em conjunto para garantir a dignidade dos indígenas, devolvendo a terra que é deles”, explicou o secretário de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher, João Carlos de Lima (Birigu).

A nova aldeia contará ainda com cozinha comunitária, banheiros externos, centro cultural indígena, restaurante com comidas típicas, posto de saúde e escola, além de uma área destinada às atividades esportivas indígenas. Toda a construção será feita com madeira, telhado composto por telha e sapê, além de paredes de pau a pique.

O defensor público federal, Thales Arcoverde Treiger, visitou a área e falou sobre a garantia dos direitos aos indígenas.

“Esse é um processo único de atuação do poder público com a comunidade indígena. Essa ação garante o direito à moradia e à manifestação cultural. Com a vinda da aldeia para uma área apropriada, que ela pode desenvolver todo o seu potencial cultural, acaba sendo importante para toda a população. A construção de uma terra indígena a partir de um município é algo que não existe em outro local no país. Essa é uma oportunidade única de conhecimento e de garantia do povo guarani. Estaremos sempre acompanhando e garantindo o protagonismo indígena e a voz dos povos originários”, afirmou.

Chefe da Coordenação Técnica Local Paraty da Funai, Rosângela Nunes, destacou a importância da garantia do município em destinar um espaço exclusivo aos indígenas com a criação da aldeia.

“A Funai entende que este é um movimento histórico e pioneiro de acolhimento e implantação de políticas públicas para os indígenas. A parceria entre o poder público municipal e a comunidade indígena assegura um espaço legítimo de propriedade para o desenvolvimento e valorização da cultura Guarani”, destacou.

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