Maricá: Despejo de esgoto faz gigogas se proliferarem
Da redação | João Henrique – O crescimento imobiliário e demográfico dos últimos anos, alinhados à falta de infraestrutura urbana em Maricá, vêm levando ao despejamento de esgoto em rios, canais e lagoas do município.
Um exemplo claro desse despejo irregular de esgoto no meio ambiente é a proliferação de gigogas no Canal São Bento, também conhecido como Canal da Costa, que liga a Lagoa de Maricá ao mar passando por todo distrito de Itaipuaçu.
Esse canal vem recebendo cada vez mais o despejamento de esgoto in natura vindo de ligações clandestinas nas redes de águas pluviais, que deveriam receber apenas água das chuvas. A cada rede de drenagem, novas ligações clandestinas foram surgindo, o que cria um ambiente propício à proliferação de gigogas, assoreando o canal.
Para o biólogo Mário Moscatelli, o problema das gigogas acende o alerta para o despejo irregular de esgoto. “A gigoga é uma planta nativa, uma planta que faz parte dos ecossistemas do Brasil. No entanto, quando há despejo de esgotos em rios e lagoas, as condições ambientais se tornam extremamente favoráveis para sua multiplicação de forma acentuada. Isso porque as raízes dessas plantas funcionam como um sistema de filtragem e o esgoto fornece adubo para que essas plantas se multipliquem de forma descontrolada. Enquanto continuarem esgoto dentro dos rios essas plantas vão continuar se multiplicando de forma descontrolada, gerando impactos ambientais”, explicou o biólogo.
O que vem sendo feito?
A SOMAR (Autarquia Serviços de Obras de Maricá) contratou uma empresa para realizar a retirada das gigogas. A draga trabalha incessantemente na altura da Ponte dos Macacos, próximo à São José do Imbassaí e ao canteiro de obras do Resort MARAEY, retirando essa vegetação. É como enxugar gelo, retira-se a gigoga que se prolifera mais rápido do que o trabalho da máquina.
Nesta semana, a SANEMAR (Companhia de Saneamento de Maricá) iniciou as obras de esgotamento sanitário no bairro Jardim Atlântico Leste, em Itaipuaçu. Serão 103 km de rede de coleta de esgoto e uma estação de tratamento, que deverá dar fim ao despejo irregular. Mas, até serem concluídas as obras, o completo lagunar de Maricá continuará sofrendo com problemas ambientais.
