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Maricá 210 anos: cidade cresce, mas apresenta ainda enfrenta problemas infraestruturais

De uma cidade dormitório para uma potência impulsionada pelos royalties de petróleo. Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro, completa 210 anos de emancipação político administrativa neste domingo (26 de maio), mas ainda carece de infraestrutura urbana.

Nos últimos 10 anos, a cidade teve um crescimento populacional de 54% segundo o censo do IBGE*, chegando a aproximadamente 200 mil habitantes em 2022, número que só vem crescendo. Ao analisarmos, por exemplo, o eleitorado, a cidade saiu de pouco mais de 90 mil para 167 mil eleitores, mostrando que o município que era considerado de interior passou a ter uma importância maior no jogo político do Estado do Rio, principalmente devido aos recursos que cidade recebe dos royalties de petróleo.

Mas com esse crescimento, a infraestrutura urbana ainda carece de investimentos, principalmente quando se trata da iniciativa privada. O fornecimento de energia elétrica, por exemplo, é frequentemente visto como problemático e subdimensionado.

Saneamento Básico

Em relação ao saneamento básico, a prefeitura assumiu a responsabilidade recentemente e passou a investir em obras de esgotamento sanitário para ampliar para 30% os domicílios com tratamento de esgoto, porém, esse número ainda não chegou aos 15%. E nesse tempo, os domicílios que não possuem o sistema de fossa e filtro, jogam irregularmente o seu esgoto nos canais e rios da cidade, que deságuam nas lagoas, levando a consequente poluição.

A água encanada é outro tema que precisa de atenção, pois bairros como São José do Imbassaí, primeiro povoado da cidade, não possui sequer previsão de receber os serviços de água, tendo os moradores que recorrer a poços artesianos ou aos carros pipas d’água.

Mobilidade

A cidade precisa, também, de investir em mobilidade urbana, já que possui uma grande dependência da rodovia Amaral Peixoto (RJ-106) para o trânsito de pessoas e mercadorias. Recentemente, obras nessa via vêm causando transtornos, atrasando compromissos e gerando uma reflexão para que novas vias alternativas sejam criadas o quanto antes.

Setor hoteleiro

Apesar de seu grande potencial turístico, Maricá tem baixa oferta de vagas no setor hoteleiro, limitando o município nesse setor que fatura bilhões em todo mundo. Em dias de eventos esportivos, em que equipes ocupam grande parte das vagas nas pousadas e dos poucos hotéis, turistas enfrentam dificuldades em conseguir hospedagem, tendo que recorrer, na maioria das vezes, à apartamentos e casas de temporada (Airbnb), muitos desses que enfrentam problemas de abastecimento de energia e água pelas concessionárias.

Saúde

Outra área que necessita de atenção, principalmente pela rede privada é a saúde. A prefeitura de Maricá mantem três unidades de pronto atendimento na cidade (Hospital Conde Modesto Leal; UPA de Inoã e Posto Santa Rita), mas os moradores que possuem plano de saúde e que querem um atendimento particular precisam se deslocar para as cidades vizinhas pois em Maricá não há atendimento emergencial particular.

Por fim, Maricá é um bom lugar para se viver, com muitos atrativos naturais e áreas públicas que proporcionam melhor qualidade de vida. A cidade ainda possui uma sensação de segurança muito superior a outros municípios da região devido ao investimento municipal no PROEIS e no sistema de monitoramento inteligente com mais de 560 câmeras, mas como uma cidade que cresce de forma acelerada, possui problemas que precisam ser corrigidos ao longo do tempo.

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