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Ônibus híbrido elétrico-hidrogênio realiza primeira viagem de teste com passageiros em Maricá

A primeira viagem de teste com passageiros do protótipo do ônibus híbrido elétrico-hidrogênio, encomenda tecnológica da Prefeitura de Maricá ao Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), foi realizada nesta quarta-feira (18/12). A linha que liga os hospitais municipais Dr. Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí, e Conde Modesto Leal, no Centro, foi a escolhida para as viagens experimentais. Esse é o primeiro modelo a ser colocado em teste.

O desenvolvimento dos protótipos é uma iniciativa da Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTIM) e da Empresa Pública de Transportes (EPT), em parceria com a Coppe/UFRJ e a Tracel Industrial. A ideia é descarbonizar a frota da EPT, que opera as linhas tarifa zero no município, modernizando os veículos e tornando-os sustentáveis.

“Esse primeiro ônibus representa uma cidade que quer construir uma matriz limpa para a sua frota. Essa pesquisa desenvolvida com a UFRJ faz parte de uma estratégia de Maricá de ter, também, know-how para atração de empresas que trabalhem e formulem esse ônibus aqui no município. Estamos dando uma grande contribuição ao investir recursos de royalties de petróleo em pesquisa. Queremos que a economia de Maricá seja uma economia verde e limpa”, afirmou o prefeito Fabiano Horta.

O investimento total do projeto é de R$ 11,5 milhões, com os veículos sendo desenvolvidos pelo Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ. Entre os modelos em criação, destacam-se dois movidos a hidrogênio (Elétrico-Hidrogênio e Etanol-Hidrogênio), além de um terceiro modelo que combina Etanol e Eletricidade. Atualmente, Maricá conta com uma frota de 145 ônibus em operação, que atendem as 42 linhas distribuídas pelos quatro distritos do município.

A ideia é fazer com que os ônibus sejam produzidos em Maricá. “Ao longo dos últimos sete anos, a Prefeitura e a UFRJ desenvolveram a tecnologia que ganha as ruas agora, já levando passageiros no seu ambiente de teste real. O futuro será de uma frota descarbonizada por meio de uma tecnologia nacional financiada pelo município. Temos ainda a estratégia de que a produção / montagem desse ônibus aconteça em um Maricá, fazendo com que possamos nos estabelecer como uma cidade rumo a industrialização”, apontou o secretário de Desenvolvimento Econômico Igor Sardinha.

Essa iniciativa pioneira na gestão pública do Brasil permitirá que o município de Maricá receba royalties pela propriedade da patente tecnológica. O ônibus híbrido, além de não emitir poluentes, apresenta um aproveitamento de energia significativamente superior ao dos veículos com motores de combustão interna, que utilizam apenas 15% do potencial energético do combustível.

Para os próximos anos, projetos de energia limpa e sustentabilidade serão prioridade. “O ICTIM continuará investindo em inovação. Existem alguns segmentos que receberão boa parte desses investimentos nas áreas de turismo, saúde e educação, além de diversos segmentos dentro do município serão contemplados com essas inovações. A tendência é de aumento de investimentos realizados pelo município em função desse conjunto de processos e projetos. Nossa expectativa é que, entre 2028 e 2030, Maricá seja uma cidade inteligente, um polo de inteligência dentro do Estado e – na nossa expectativa – do país”, disse o presidente do ICTIM Cláudio Gimenez.

Novos testes vão acontecer a partir de janeiro de 2025. Após período de testes, Maricá vai escolher o modelo de ônibus a ser adotado no processo de descarbonização da frota municipal. “Esse é mais um passo importante para que Maricá seja a cidade que vai fazer essa descarbonização de toda a frota do transporte coletivo de passageiros. Somos uma cidade referência no pensamento para o futuro do meio ambiente, através de medidas sustentáveis”, acredita o presidente da EPT, Celso Haddad.

Professor Titular da UFRJ e Presidente da Associação Brasileira do Hidrogênio, o professor Paulo Emílio Valadão Miranda explicou as diferenças do protótipo para os veículos tradicionais, movidos à combustão. “São muitas diferenças. Para começar, esse ônibus não cria elementos poluentes no uso dele. É um veículo sustentável, moderno, bom de andar e de dirigir. É um veículo que não gera ruído, então isso já é um conforto adicional para o passageiro”, apontou.

 

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