Mulher é presa em Maricá durante operação da Polícia Civil
Na manhã desta terça-feira (14), uma operação de grande envergadura foi deflagrada para desarticular uma quadrilha de anabolizantes clandestinos que atuava em todo o território brasileiro. A Operação Kairós, conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro em parceria com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro, cumpriu 15 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão em endereços localizados no Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Maricá e no Distrito Federal.
Em Maricá, as equipes da 82ª DP prenderam Ingrid de Aguiar, de 31 anos, apontada como companheira de um dos líderes ainda foragidos. Apesar de nenhum material ilícito ter sido encontrado na residência, Ingrid foi levada para a Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro.
Quadrilha milionária e distribuição nacional
De acordo com o Ministério Público, empresas como Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos estão envolvidas no esquema criminoso. O grupo é apontado como uma das maiores redes de distribuição de anabolizantes clandestinos do país. Os investigados movimentaram cerca de R$ 80 milhões em contas bancárias, e 14 suspeitos foram presos até o momento, enquanto um dos alvos permanece foragido.
Investigados utilizavam fórmulas tóxicas
As substâncias apreendidas eram fabricadas sem qualquer fiscalização sanitária, com ingredientes prejudiciais à saúde, incluindo até mesmo repelentes de insetos. Desde o início das investigações, em julho de 2024, mais de 2 mil substâncias foram apreendidas, gerando um prejuízo de aproximadamente R$ 500 mil ao grupo.
Modus operandi: redes sociais e eventos de fisiculturismo
Os anabolizantes eram promovidos e comercializados por meio de sites, redes sociais e eventos esportivos. A quadrilha também patrocinava grandes competições de fisiculturismo e atletas profissionais, além de remunerar influenciadores digitais com quantias superiores a R$ 10 mil mensais para alavancar as vendas. Os produtos eram vendidos sem informações sobre os riscos à saúde e sem registro nos órgãos de vigilância sanitária competentes.
Resultados da operação e próximos passos
A investigação identificou que os produtos eram enviados diariamente para clientes de 26 estados brasileiros. Ao todo, 23 pessoas foram denunciadas pelos crimes de associação criminosa, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais e crimes contra as relações de consumo.