Maricá planeja investir R$100 milhões na instalação de uma fábrica de vidros
A Prefeitura de Maricá iniciou as tratativas para instalar uma fábrica de vidros. Em parceria com a empresa Oz Earth e o Movimento Sem Terra (MST), o projeto conta com um investimento de R$ 100 milhões e prevê a geração de 2.500 empregos diretos e indiretos, além de suprir uma lacuna na produção nacional de vidro.
Com uma planta projetada para produzir até 250 toneladas de produtos diariamente, a indústria terá um diferencial sustentável: 70% de seus materiais serão reciclados. O impacto ambiental será minimizado por meio de processos predominantemente físicos, que geram pouquíssimos resíduos industriais. A localização exata da fábrica ainda está em definição, mas será instalada em uma área entre 10 e 15 hectares.
“Nós queremos implementar uma indústria de vidro. Queremos, a partir do material coletado, transformá-lo em pastilhas para a construção civil. Não temos uma indústria de vidros brasileira. Estamos em parceria com o MST e em conversa com duas grandes cervejarias para produzirmos, em Maricá, garrafas e potes. Vamos investir R$ 100 milhões nessa planta fabril”, disse o prefeito Washington Quaquá.
A expectativa é que o projeto fortaleça a economia local por meio da geração de empregos em diferentes áreas:
250 postos de trabalho diretos na fábrica;
1.500 vagas na reciclagem de vidro;
750 empregos indiretos em atividades relacionadas à cadeia produtiva.
“Foi uma conversa muito produtiva com nossa equipe da Diretoria de Gestão e Participação da Codemar e a gente vai trabalhar para alinhar e fortalecer o projeto. Estamos em fase de planejamento, depois teremos a fase de instalação da fábrica e, em seguida, a operação. Esse será mais um grande empreendimento que vai colaborar com o desenvolvimento de Maricá, completamente alinhado com os planos de governo”, apontou o presidente da Codemar, Hamilton Lacerda.
Leodimar Ferreira, diretor da Agroindústria da Oz Earth, enfatizou a preocupação ambiental do projeto. “Um detalhe importante dessa indústria é que ela não é química, mas sim física. Não há nenhuma transformação química durante o processo, pegando a areia — principal matéria-prima — e transformando no vidro. São pouquíssimos resíduos industriais durante a fabricação. Sem falar na retirada desse vidro que iria para o meio ambiente. Ou seja: é um impacto ambiental muito baixo”, afirmou.
Além da produção de pastilhas para construção civil, a fábrica também tem como objetivo estabelecer parcerias com grandes cervejarias para fabricar garrafas e potes.
O projeto conta com o apoio técnico da empresa uruguaia Envidrio, que possui experiência na construção de fábricas de vidro na Bolívia e na Venezuela. Outro ponto de destaque é o plano de capacitação de mão de obra local, preparando jovens e trabalhadores para atuar na fábrica.