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Diante de déficit bilionário, Quaquá anuncia “revolução de eficiência” e redesenho da máquina pública em Maricá

Apesar da arrecadação bilionária, Maricá acumula um déficit de R$ 1,47 bilhão entre receitas e despesas no acumulado até o segundo bimestre de 2025. Os dados constam no Relatório Resumido da Execução Orçamentária publicado no Jornal Oficial do Município e acendem um alerta sobre a sustentabilidade das contas públicas. Até o momento, a arrecadação chegou a R$ 2,3 bilhões — apenas 33% da previsão orçamentária de R$ 7 bilhões para o ano.

Grande parte da receita tem origem em transferências da União e rendimentos de aplicações financeiras, o que reforça a dependência do município em relação aos royalties do petróleo e a fontes externas. As receitas de capital, geralmente destinadas a obras e investimentos, ainda não foram realizadas, o que pode comprometer projetos estruturantes. Especialistas alertam que déficits dessa magnitude, se mantidos, podem afetar a credibilidade da gestão municipal e dificultar a atração de novos recursos.

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Em meio a esse cenário, o prefeito Washington Quaquá anunciou nesta quinta-feira (29/05) a contratação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para promover um redesenho da estrutura administrativa da Prefeitura. Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito afirmou que a medida tem como objetivo tornar a máquina pública mais eficiente e menos dependente de indicações políticas.

“Quero gente que trabalhe. Nós temos que trabalhar e não só ter emprego”, declarou Quaquá. Segundo ele, os cargos passarão a ser distribuídos com base em meritocracia, priorizando quem entrega resultados e não por indicação política. “Vamos fazer uma grande revolução de eficiência e de trabalho”, acrescentou.

A declaração foi feita enquanto ele se deslocava ao Rio de Janeiro para uma agenda com empresários e investidores interessados na cidade. Quaquá destacou que o crescimento econômico será impulsionado por investimentos privados e por obras públicas que a Prefeitura pretende realizar.

“Vamos liberar recursos para investir em infraestrutura, turismo e atração de empresas. Queremos uma economia forte, que se sustente quando o petróleo acabar”, afirmou, reforçando o foco em qualificação, empreendedorismo e geração de empregos.

O anúncio ocorre num momento de pressão sobre as finanças públicas e pode representar uma tentativa da gestão de reorganizar prioridades, reduzir gastos e atrair novos investimentos diante do alto custo, apesar do gesto não demonstrar o que ocorre na prática, já que a prefeitura está criando uma nova empresa pública com orçamento de R$ 100 milhões na área de Cultura e Turismo ao mesmo tempo que mantém duas pastas com o mesmo objetivo.

Outra questão é: por que contratar a FGV (que não cobra barato pelos seus serviços) se é possível avaliar o desempenho internamente, com os chefes de setor? Caso o critério não seja político, quase 90% dos funcionários teriam que ser substituídos, já que hoje a folha salarial é majoritariamente composta por indicações de vereadores, secretários e até de políticos de outras cidades que perderam as eleições no ano passado.

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