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Bolsonaro é alvo de operação da PF e terá que usar tornozeleira por ordem do STF

A Polícia Federal realizou na manhã desta sexta-feira (18) uma operação que teve como um dos alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também impôs medidas cautelares ao ex-presidente, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de uso de redes sociais e o impedimento de sair de casa entre 19h e 6h.

Além dessas restrições, Bolsonaro está proibido de manter contato com diplomatas, frequentar embaixadas e se comunicar com outros réus ou investigados nos inquéritos que tramitam no Supremo, incluindo seu filho, Eduardo Bolsonaro. O deputado licenciado está atualmente nos Estados Unidos, onde, segundo as investigações, atua em articulações para pressionar o governo americano a interferir em decisões do STF e a promover anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Na decisão, Alexandre de Moraes afirma que há indícios de que Bolsonaro e Eduardo estariam agindo de forma deliberada e ilícita. Segundo o ministro, o objetivo seria submeter o funcionamento do STF “ao crivo de um Estado estrangeiro, por meio de atos hostis e negociações criminosas” que visariam coagir a Corte.

Durante o cumprimento dos mandados, os agentes apreenderam aproximadamente US$ 14 mil, R$ 8 mil e o celular de Bolsonaro. Em uma declaração dada à imprensa após a colocação da tornozeleira, o ex-presidente disse que a operação tinha como propósito sua “suprema humilhação”. Ele negou que tenha cogitado se refugiar em embaixadas, mas reconheceu que as medidas cautelares foram motivadas por essa possibilidade. Em fevereiro, Bolsonaro permaneceu por dois dias na embaixada da Hungria, em Brasília.

A defesa do ex-presidente afirmou, por meio de nota, que recebeu a decisão com “surpresa e indignação” e destacou que Bolsonaro sempre cumpriu todas as determinações do Judiciário. Os advogados disseram ainda que vão se manifestar após terem acesso completo à decisão.

O Partido Liberal (PL), legenda à qual Bolsonaro é filiado, também criticou a ação e classificou as medidas impostas pelo Supremo como desproporcionais, sobretudo por não haver qualquer resistência por parte do ex-presidente em colaborar com os órgãos de investigação.

A operação ocorre em meio ao agravamento da crise entre o governo brasileiro e os Estados Unidos. O ex-presidente norte-americano Donald Trump enviou recentemente uma carta a Bolsonaro, na qual acusa o sistema de Justiça do Brasil de ser injusto e pede o fim do julgamento. Na mensagem, Trump também diz não se surpreender com a liderança de Bolsonaro nas pesquisas e o chama de “líder altamente respeitado e forte”.

No contexto dessa crise, Trump anunciou uma tarifa adicional de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Ele afirma que a medida responde, entre outros fatores, à “perseguição” sofrida por Bolsonaro. O governo brasileiro contesta a justificativa e aponta que, nos últimos dez anos, os Estados Unidos acumularam superávit de US$ 43 bilhões na balança comercial com o Brasil, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

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