Maricá terá transporte aquático municipal gratuito a partir de 2026
A partir de 2026, os moradores de Maricá passarão a contar com um novo modal de transporte gratuito: o “Vermelhinho das Águas”, sistema aquaviário que irá circular pelas lagoas da cidade.
O convênio que formaliza o projeto foi assinado em 11 de agosto, em parceria entre a Prefeitura de Maricá, a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O acordo prevê 90 dias de desenvolvimento do projeto antes do início das obras de infraestrutura.
Serão implantadas estações nas orlas das Amendoeiras, em São José do Imbassaí; do Parque Nanci e de Araçatiba. Também estão previstos pontos de embarque e desembarque na Barra de Maricá, Jacaroá, Bambuí e Guarapina. O sistema terá integração ao “Caminho das Artes”, complexo cultural em construção com museus, praça, áreas de convivência e espaços de recreação.
De acordo com a prefeitura, serão utilizados dois modelos de embarcações: uma voltada ao transporte de passageiros e outra destinada a cargas, inclusive refrigeradas. A lancha de passageiros contará com 20 assentos e equipamentos de segurança, enquanto a de cargas será preparada para a distribuição de mercadorias, entre elas cinco toneladas de frutos do mar por dia. A capacidade exata será definida em estudos técnicos específicos.
Os testes do sistema estão previstos para começar no início de 2026, quando também devem ser anunciadas as primeiras rotas. A expectativa é que uma dessas rotas ligue, futuramente, Ponta Negra ao aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
“A partir desse novo modal, os cidadãos vão poder circular pelas lagoas de Maricá gratuitamente. Vamos melhorar também o fluxo de cargas. Tudo está planejado, assim como um ferryboat no futuro, que vai ligar Ponta Negra ao aeroporto Santos Dumont. É uma revolução”, afirmou o prefeito Washington Quaquá (PT).
Durante o período de estudos, os custos serão divididos entre Codemar e DNIT. A decisão sobre o modelo de financiamento e a operação definitiva dependerá da análise de viabilidade técnica, econômica e ambiental.
Conforme Celso Pansera, presidente da Codemar, ainda não está definido se os recursos para custear a gratuidade virão dos royalties do petróleo. O prefeito, no entanto, lembra que a cidade já havia implantado transporte público gratuito antes mesmo da arrecadação com royalties.
“Uma vez estabelecidas futuramente rotas para fora de Maricá, com outras cidades, novos estudos serão feitos para averiguar se alguma cobrança intermunicipal será implementada”, disse Pansera. A primeira definição de rota deve ocorrer ainda em setembro deste ano.
Outro aspecto destacado é a sustentabilidade do projeto. As embarcações não utilizarão combustíveis fósseis. Elas serão movidas a baterias elétricas, com apoio de energia solar.
“O motor é uma turbina que gera o impulso necessário sem revolver o fundo da lagoa, onde há organismos importantes para o ecossistema”, afirmou Pansera.