Maricá firma acordo de R$ 360 milhões com projeto Maraey para obras de infraestrutura na Restinga
O prefeito de Maricá, Washington Quaquá, assina nesta quarta-feira (24/09) um acordo de intenções com o projeto turístico-residencial Maraey para a realização de investimentos de R$ 360 milhões em obras de infraestrutura na Restinga. A cerimônia acontece às 10h, no auditório da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), no Centro.
A parceria contempla a construção de estradas, pavimentação, saneamento, redes de eletricidade e abastecimento de água, além da doação de 16 quilômetros de vias para a cidade. Entre as intervenções previstas estão a ligação viária entre Itaipuaçu e Barra de Maricá, a integração da Comunidade de Zacarias ao centro e a criação da maior ciclovia em empreendimentos privados do Brasil, com 20 quilômetros de extensão, aberta ao público e conectada à malha cicloviária local.
O Maraey é um complexo turístico-residencial planejado para a Restinga de Maricá, em uma área de cerca de 840 hectares da antiga Fazenda São Bento da Lagoa. Segundo informações do Maricá Info, o projeto começou a ser estruturado há mais de uma década pela IDB Brasil, tendo obtido a Licença Prévia Ambiental em 2015 e, em outubro de 2021, a Licença de Instalação, que autorizou o início das obras de infraestrutura. Ainda em 2021, o empreendimento realizou o evento simbólico “Árvore Fundamental”, que marcou o lançamento público do projeto com a presença de autoridades estaduais e municipais.
As obras efetivas tiveram início em abril de 2023, mas foram interrompidas logo depois por decisão judicial que suspendeu o andamento do projeto. Em agosto de 2025, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) liberou a retomada do empreendimento, que prevê resorts de alto padrão, áreas residenciais, campo de golfe, marina, centros comerciais, além de ações de preservação ambiental, como a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e a recuperação de áreas degradadas.
Apesar da promessa de investimentos que podem superar os R$ 10 bilhões ao longo das próximas fases, o projeto tem enfrentado polêmicas envolvendo questionamentos sobre impactos ambientais na restinga e preocupações da comunidade pesqueira de Zacarias, que teme consequências culturais e sociais. O empreendimento, por sua vez, garante que apenas uma pequena parcela da área será ocupada e que haverá prioridade para a contratação de mão de obra local, com potencial de geração de milhares de empregos diretos e indiretos.