Itaipuaçu: Sem provedores legalizados, moradores do Minha Casa, Minha Vida seguem há quase um mês sem internet estável
Moradores do Residencial Carlos Marighella, em Itaipuaçu, seguem enfrentando dificuldades para ter acesso à internet. Há quase um mês, cerca de 1.500 famílias do conjunto habitacional do programa “Minha Casa, Minha Vida” estão sem conexão estável, o que afeta diretamente estudantes e trabalhadores que dependem da rede.
Até setembro deste ano, o serviço era controlado por criminosos ligados ao tráfico de drogas, que impediram a entrada de provedores legalizados e passaram a explorar o sinal de forma clandestina. Mensalidades fixas eram cobradas e empresas que tentaram atuar no local chegaram a ser ameaçadas.
No entanto, após uma operação da Polícia Civil que investigou a empresa que operava em caráter de exclusividade no local — suspeita de associação com a facção criminosa que dominava o serviço — o controle direto do tráfico deixou de existir. Durante as ações, foram apreendidos documentos, equipamentos e até veículos roubados em endereços ligados à companhia.
Provedores ainda têm receio de atuar
Apesar do enfraquecimento do esquema, provedores regularizados ainda não retornaram ao residencial. O temor é que, sem garantias de segurança contínua, novas tentativas de ocupação do mercado legal resultem em expulsões ou ameaças por parte de criminosos.
“Estamos há quase um mês sem conexão, mesmo quem pagou não recebe sinal. Nenhuma empresa legalizada quer entrar porque têm medo de depois serem obrigadas a sair novamente”, relatou um morador.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou, em nota ao Maricá Info, que o policiamento em Itaipuaçu é realizado diariamente por equipes do 12º BPM, com viaturas, motocicletas e operações pontuais. O objetivo é ampliar a presença ostensiva e apoiar investigações de inteligência para evitar o retorno da atuação criminosa.
Denúncias podem ser feitas de forma anônima ao Disque Denúncia (2253-1177) ou diretamente pelo 190.
Enquanto não há garantias de segurança para que prestadoras legalizadas atuem com tranquilidade, os moradores permanecem sem alternativas estáveis para acesso à internet.
“Aqui são aproximadamente 4 mil pessoas que usam a internet para estudar e trabalhar online. Estamos completamente desassistidos, reféns da falta de solução”, disse outro morador.
A situação reforça a necessidade de integração entre segurança pública, órgãos municipais e empresas do setor para garantir que serviços básicos não fiquem à mercê do medo e da violência.