Moeda MumbucaNotícias de Maricá

Maricá: Moeda Mumbuca passa por transição na forma de pagamento; entenda!

A Moeda Social Mumbuca, principal instrumento dos programas sociais de Maricá, entrou em uma fase decisiva de transição. Após anos de operação pelo Instituto E-Dinheiro Brasil, a gestão dos pagamentos passará para uma nova plataforma, ainda não divulgada pela prefeitura. A mudança levantou dúvidas entre beneficiários e comerciantes que dependem da moeda para movimentar a economia local.

Fim do contrato com o Instituto E-Dinheiro

Em 1º de setembro de 2025, a Prefeitura de Maricá anunciou, no Jornal Oficial, a rescisão unilateral do Termo de Colaboração nº 04/2019 e do Termo Aditivo nº 06, que autorizavam o Instituto a operar o Banco Mumbuca e processar programas sociais como a Renda Básica da Cidadania (RBC), a Renda Mínima e a Locação Social.
A decisão teria sido tomada com base em irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), que identificou falhas como falta de extratos detalhados, não segregação dos recursos e até taxas consideradas indevidas. Com base na legislação, a prefeitura notificou o Instituto e concedeu prazo de 10 dias úteis para defesa.

Reação do Instituto E-Dinheiro

O Instituto afirmou ter sido surpreendido com a decisão e publicou notas públicas garantindo que os comerciantes receberiam integralmente os valores de vendas e que os saldos dos beneficiários seriam informados à prefeitura. Nos dias seguintes, reforçou que continuava processando pagamentos do programa RBC a pedido da própria administração municipal e que manteria as operações até uma data oficial de encerramento.

Posição da prefeitura

Para acalmar os usuários, a Secretaria de Economia Solidária esclareceu que o procedimento de rescisão é administrativo e não suspende de imediato o termo de colaboração. O governo municipal garantiu que os benefícios sociais seriam pagos normalmente e que os estabelecimentos poderiam continuar aceitando a Mumbuca sem alteração.

Insegurança no comércio local

Apesar da garantia oficial, o clima de incerteza atingiu comerciantes e consumidores. Grandes redes de supermercados, farmácias e padarias passaram a recusar a Mumbuca, temendo bloqueios de saldo e prejuízos financeiros. Como a moeda é utilizada para itens essenciais, a situação causou apreensão entre beneficiários dos programas sociais, que chegaram a enfrentar dificuldades no dia a dia.

Calendário de encerramento

No fim de setembro, o aplicativo e-Dinheiro Social divulgou um calendário de transição:

  • 3 de outubro: último dia para vendas em Mumbuca pelo app;

  • 20 de outubro: prazo final para resgate integral dos valores;

  • 31 de outubro: encerramento oficial do termo com a prefeitura.

A prefeitura ainda não anunciou qual será a nova instituição responsável pela gestão da Moeda Mumbuca. A expectativa é de que o próximo operador assegure transparência, segurança jurídica e continuidade dos pagamentos, já que a plataforma movimentou mais de R$ 1,16 bilhão entre 2019 e 2024.

Enquanto isso, comerciantes e beneficiários seguem entre a confiança e a desconfiança. A transição representa um teste para a credibilidade da moeda, que se tornou referência nacional em políticas de inclusão econômica. A responsabilidade agora é da administração municipal em recuperar a confiança do mercado e garantir que a Mumbuca siga cumprindo seu papel social.

Relacionados

Botão Voltar ao topo