Maricá realiza 25 captações de órgãos para transplantes
A Prefeitura de Maricá, através da Secretaria de Saúde, está avançando significativamente na captação de órgãos para transplantes, destinados a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Até o momento, já foram realizados 25 procedimentos desse tipo nos hospitais municipais Dr. Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí, e Conde Modesto Leal, no Centro da cidade. Somente em 2024, até o mês de setembro, foram registradas 11 captações, demonstrando o impacto positivo da instalação de um heliponto no Hospital Dr. Ernesto Che Guevara, que agilizou o transporte de órgãos e trouxe mais eficácia ao processo.
O Hospital Dr. Ernesto Che Guevara tem se consolidado como a principal unidade de captação de órgãos na cidade. Até agora, a unidade já realizou a captação de 110 estruturas corporais, incluindo órgãos como coração, pulmões, fígado, rins e pâncreas, além de córneas, pele, ossos e tendões. Todo o transporte é feito pela equipe do RJ Transplantes, que assegura que os órgãos captados cheguem rapidamente aos pacientes que necessitam.
O processo de captação envolve a atuação da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), responsável pela identificação de potenciais doadores com morte encefálica. A equipe também é fundamental no acompanhamento das famílias, fornecendo suporte emocional e esclarecimentos, além de confirmar a possibilidade de doação.
Rodrigo Nunes Coutinho, neurologista e membro do CIHDOTT no Hospital Dr. Ernesto Che Guevara, ressaltou a importância das doações e a dedicação dos profissionais de saúde envolvidos.
“O transplante é a solução ideal para diversas doenças incapacitantes na vida dos pacientes. O ato de doar é um direito do paciente e de seus familiares, assegurado por lei, com a participação de profissionais que buscam proporcionar acolhimento e esperança em um momento de extrema dor. O SUS financia todo esse processo e, nos últimos anos, tem ocorrido um crescente aumento nas doações, algo do qual o Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara faz parte”, afirmou.
Diretora de enfermagem do Hospital Municipal Conde Modesto Leal, Marcelle Resende reforçou o impacto dos órgãos doados para o bem-estar do próximo.
“É um marco fazer parte dessa equipe e proporcionar a captação de órgãos na nossa unidade hospitalar. Os órgãos doados possibilitam uma nova chance de vida a pacientes que sofrem de doenças graves e irreversíveis, algo essencial. Esse gesto pode restaurar a saúde, a esperança e a qualidade de vida de muitas pessoas”, acrescentou.
Processo qualificado de captação de órgãos
Maricá passou a realizar captação de órgãos em 2022, quando o município foi inserido no Programa Estadual de Transplantes (PET). O processo começa quando a equipe de profissionais identifica um quadro clínico com suspeita de morte encefálica, sinalizando à comissão responsável por essa área, que faz a atualização da situação do paciente e oferece as primeiras orientações à família, dando início ao acompanhamento.
Após a finalização das etapas de identificação e avaliação detalhada dos profissionais, são enviados dados e informações necessárias à equipe do RJ Transplantes, que segue com a organização e análise dos processos necessários até a doação e o transplante de órgãos.
Paula Nadaf, psicóloga do CIHDOTT do Hospital Dr. Ernesto Che Guevara, garantiu que os transplantes promovem o bem-estar e passam por processos criteriosos.
“O transplante salva a vida das pessoas. O Brasil é o único país que realiza todo o processo de captação e transplante de órgãos gratuitamente, um diferencial do SUS. No Hospital Dr. Ernesto Che Guevara, o processo começa com a morte encefálica do paciente e, a partir daí, iniciamos os procedimentos, e temos trabalhado para ampliar a conscientização da população sobre a importância desse ato”, afirmou.
A psicóloga também reforça o impacto do heliponto da unidade hospitalar, inaugurado em 05/07 em uma parceria entre a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), a autarquia Serviços de Obras de Maricá (Somar) e a Secretaria de Saúde.
“Estamos avançando e agora temos o heliponto no hospital, possibilitando a transferência dos órgãos com mais agilidade. Além disso, estamos cada vez mais alinhados ao RJ transplantes, contando com toda a assessoria necessária”, concluiu.