Enquanto a Enel anuncia uma nova identidade visual e um ambicioso plano de investimentos de R$ 25,3 bilhões no Brasil até 2027, os moradores de Maricá, no Rio de Janeiro, continuam enfrentando problemas recorrentes no fornecimento de energia elétrica. A empresa promete modernizar a infraestrutura, ampliar equipes e melhorar o atendimento, mas a realidade local revela uma prestação de serviços aquém do esperado.
Nos últimos anos, a Prefeitura de Maricá aplicou diversas multas à Enel por falhas no abastecimento de energia. Em dezembro de 2023, a concessionária foi penalizada em R$ 1,2 milhão após deixar centenas de moradores sem luz durante a véspera e a noite de Natal. Em janeiro de 2024, outra multa de R$ 3,4 milhões foi imposta devido à falta de abastecimento nos 3º e 4º distritos e ao mau atendimento aos clientes.
A situação levou a Prefeitura a entrar na Justiça contra a Enel, exigindo a apresentação de planos de contingência e de investimentos, além da suspensão do corte de energia aos inadimplentes por 60 dias. Em janeiro de 2024, a Justiça determinou que a Enel não poderia cortar a energia de qualquer consumidor por 30 dias e deveria restabelecer o fornecimento em até duas horas em caso de interrupção.
Apesar das promessas de reforço na estrutura de atendimento em Maricá, com aumento de 60% nas equipes de campo e suporte de três bases operacionais citeturn0search1, os moradores continuam enfrentando interrupções frequentes no fornecimento de energia. Em dezembro de 2024, após mais de 26 horas sem luz devido a uma breve chuva, moradores de Cordeirinho realizaram protestos, bloqueando vias e queimando pneus.
A nova logomarca da Enel, que começará a ser exibida nas contas de luz a partir de maio, pode representar uma tentativa de rebranding. No entanto, para os moradores de Maricá, o que realmente importa é a melhoria efetiva na prestação dos serviços. A mudança de identidade visual só será significativa se vier acompanhada de ações concretas que garantam um fornecimento de energia estável e confiável.
