Nova aposta de Quaquá: fazendas sustentáveis para substituir programas de renda
O prefeito de Maricá, Washington Quaquá, anunciou que a prefeitura pretende comprar cerca de dois mil hectares de terras em áreas próximas a Itaboraí, Rio Bonito e Tanguá. O objetivo é criar grandes fazendas públicas sustentáveis, utilizando o modelo agroflorestal — que combina o plantio de árvores e culturas agrícolas — para produzir cacau, café, açaí, palmito e madeira de lei.
Segundo Quaquá, o projeto busca diversificar a economia do município, que hoje depende fortemente dos royalties do petróleo e de programas sociais. “Queremos sair de um modelo baseado só em bolsas e incentivar o trabalho na terra, com produtos de alto valor de mercado”, afirmou.
O prefeito também convidou jovens formados em áreas como biologia, medicina veterinária, farmácia e cursos ligados ao meio ambiente para participarem do projeto, que seria organizado em formato de cooperativas com apoio público.
Paralelamente, a prefeitura vem reduzindo gastos com pessoal, o que tem provocado uma série de demissões em setores da administração direta, indireta e em empresas terceirizadas. Com o enxugamento da folha, a expectativa do governo é abrir espaço para novas formas de geração de emprego e renda fora do serviço público.
Porém, enquanto o projeto ainda não tem cronograma definido, cresce a preocupação de parte dos moradores com a falta de alternativas de emprego no presente e no curto prazo. Com boa parte da economia local ainda girando em torno da máquina pública, muitos temem o aumento do desemprego diante da redução dos contratos e cargos na prefeitura.
Além disso, empresários apontam que, para atrair empresas privadas para Maricá e estimular o crescimento econômico, ainda é preciso avançar em infraestrutura urbana. Problemas recorrentes de abastecimento de água e até de fornecimento de energia elétrica dificultam a atração de indústrias e grandes negócios para a cidade.
Apesar das incertezas, o projeto agroecológico é apresentado pelo prefeito como um novo caminho para diversificar a economia e criar uma renda sustentável para o futuro de Maricá.
